SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Alguns dos suspeitos de assassinar o presidente do Haiti Jovenel Moïse na semana passada foram informantes da DEA (agência americana de combate às drogas) e do FBI (polícia federal dos EUA), segundo pessoas próximas ao assunto falaram sob condição de anonimato à emissora CNN.
Um dos detidos pela polícia haitiana já trabalhou como informante para a DEA, o que foi confirmado pelo órgão em um comunicado enviado à emissora. “Após o assassinato do presidente Moïse, o suspeito procurou seus contatos na DEA.
Um funcionário da agência designado para o Haiti instou o suspeito a se render às autoridades locais e, junto com o Departamento de Estado dos EUA, forneceu informações ao governo haitiano que ajudam na rendição e prisão do suspeito e de outro indivíduo”, diz o texto.
A agência afirmou ainda saber que os entraram na residência do presidente haitiano após se identificarem como agentes do DEA, mas negou que os criminosos estivessem atuando em seu nome.
Um funcionário da DEA, sob condição de anonimato, disse à agência de notícias Reuters que um dos dois haitianos-americanos detidos trabalhou como informante, mas não disse qual deles. Dois haitianos com nacionalidade americana já foram presos –eles foram identificados como James J. Solages, 35, e Joseph Vincent, 55. Segundo o New York Times, eles dizem terem sido contratados como tradutores pelos colombianos.
Outros suspeitos também já tiveram ligações com os EUA, inclusive como informantes do FBI, segundo pessoas próximas ao assunto falaram à CNN. A polícia federal americana respondeu, no entanto, que não comenta sobre informantes, a não ser para dizer que usa “fontes legítimas para coletar” informações de inteligência como parte de suas investigações.
A polícia do Haiti já prendeu 18 colombianos e Christian Emmanuel Sanon, 63, um médico haitiano que vive na Flórida, este acusado de planejar o assassinato de Moïse para assumir o comando do país.
Os agentes dizem ter chegado a Sanon após interrogarem os colombianos presos. Eles apontam terem sido contratados pelo médico por meio da empresa de segurança venezuelana CTU, com sede na Flórida.
Ainda de acordo com o New York Times, ao ir atrás de Sanon, a polícia encontrou na casa dele um boné da DEA, munição, seis pistolas, 24 alvos de tiro não usados e quatro placas de carro da República Dominicana, país vizinho por onde entrou parte dos colombianos presos na operação.
As motivações em torno do assassinato de Moïse seguem sem serem esclarecidas, e ainda não se sabe quem foi o mandante do crime. Segundo o jornal Miami Herald, alguns dos suspeitos detidos disseram, em depoimento, que receberam a missão de prender Moïse e levá-lo ao palácio presidencial, mas que, ao chegar, encontraram-no morto.
De acordo com a imprensa local, Moïse foi achado com ao menos 12 marcas de tiros. “O escritório e a sala foram saqueados. Nós o encontramos deitado de costas, [usando] calça azul, camisa branca manchada de sangue e boca aberta”, disse o magistrado Carl Henry Destin ao jornal haitiano Le Nouvelliste.
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