SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Vito Corleone, Rose Dawson, Danny Zuko, Spock, Indiana Jones. Os estúdios da Paramount são lar, há 108 anos, de um acervo riquíssimo de personagens que marcaram o cinema e a televisão. Agora, eles estão de mudança. A partir desta quinta, dia 4, o mafioso italiano e a sobrevivente do Titanic serão encontrados no Paramount+, mais um streaming para povoar esse novo e já abarrotado mercado.
Para os brasileiros, na verdade, o Paramount+ não é tão novo assim. Já existia por aqui um serviço de conteúdo sob demanda com o mesmo nome, também do conglomerado americano ViacomCBS, mas que parecia muito mais uma improvisação do que uma real tentativa de bater de frente com Netflix e companhia.
Agora, ele surge reformulado e com uma plataforma própria, com planos de expansão para todo o globo. O Brasil, assim como o resto da América Latina, foi escolhido para receber a nova versão do streaming ao mesmo tempo que os Estados Unidos, dispensando os meses de espera que tivemos com o Disney+ e que temos agora com a HBO Max.
O Paramount+ tem mensalidade de R$ 19,90 e compila filmes, séries e outros programas das marcas Paramount, Showtime, CBS, Nickelodeon, MTV, Comedy Central, BET e Smithsonian Channel. Também ao contrário de seus grandes concorrentes, o serviço decidiu, nos Estados Unidos, combinar programação linear e sob demanda.
Ao norte do continente americano, será possível usar a plataforma para sintonizar nos canais da CBS, para acompanhar, além de entretenimento, conteúdos jornalísticos e esportivos. Por enquanto, não há expectativa para que a função chegue ao Brasil, de acordo com o gerente geral da ViacomCBS no país, Mauricio Kotait, que reitera a importância de continuar investindo nos canais de televisão fechada que a empresa opera por aqui.
“Eu não vou deixar o assinante da TV paga para trás. Por outro lado, nós vamos lançar conteúdos diretamente no streaming que não condizem com o público de TV por assinatura. Ou seja, tem para todo mundo”, diz ele.
Títulos latino-americanos estão em produção especialmente para o novo canal de distribuição. Atualmente, a Viacom está formalizando contratos com produtoras locais para, ainda neste ano, lançar conteúdos brasileiros no Paramount+. A prioridade, de acordo com Kotait, são as séries.
Elas também parecem ser mais importantes lá fora. As marcas que compõem o streaming atualmente trabalham em diversas tramas serializadas especialmente para ele. A estratégia, pelo que já foi anunciado, é apostar na nostalgia e no que já foi sucesso no passado.
Entre as séries que devem estrear no futuro próximo estão “The Offer”, sobre um dos produtores de “O Poderoso Chefão”, e “Grease: Rise of the Pink Ladies”, um derivado do sucesso musical “Grease: Nos Tempos da Brilhantina”.
“Flashdance”, “Love Story: Uma História de Amor” e “Uma Saída de Mestre” são outros filmes de sucesso que serão revisitados no formato.
Outra grande aposta do Paramount+ será a expansão de uma de suas franquias mais celebradas, “Star Trek”, ou “Jornada nas Estrelas”. A animação “Avatar: A Lenda de Aang”, da Nickelodeon, também deve ver seu universo crescer, com a criação do Avatar Studios.
O canal infantil ainda desenvolve novas versões dos desenhos “Rugrats: Os Anjinhos”, “Bob Esponja Calça Quadrada”, “Padrinhos Mágicos” e “Dora, a Aventureira”, num aceno contundente ao público infantil, que representa enorme potencial no universo do streaming.
Nos Estados Unidos, os filmes da Paramount Pictures vão aterrissar no novo serviço relativamente cedo, após suas carreiras nos cinemas. Serão entre 30 e 90 dias para que as produções cheguem por lá –no Brasil, a janela também deve ser encurtada, mas ainda não há informação de prazos.
Entre os longas que o estúdio planeja lançar em breve nas salas estão a sequência de “Um Lugar Silencioso” e o sétimo capítulo da franquia “Missão: Impossível”.
Sobre o atraso com o qual está chegando ao mundo do streaming, a Viacom parece não se preocupar. “Esse é um mercado muito novo ainda. Assim que o público entender quem é quem, para onde vão os produtos, para onde as coisas vão caminhar, vai haver uma acomodação natural.
Mas as grandes plataformas vão brigar bastante. Isso é muito bom, é saudável para o mercado de produção, para o mercado consumidor, para todo mundo”, afirma Kotait.
O Paramount+ estará disponível por meio de site próprio e de aplicativos para celular e televisões. Também é possível assinar o serviço graças a parcerias com Mercado Livre, Claro, Vivo e Oi. Já no lançamento, nesta quinta, estarão disponíveis cerca de 5.000 horas de conteúdo para o público brasileiro.
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