SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A recusa em tomar um determinado tipo de imunizante contra o coronavírus já levou ao menos 1.613 pessoas para o fim da fila em cidades do estado de São Paulo.
O número de pessoas que assinaram o termo dispensando a proteção pode ser ainda maior, uma vez que o montante tem como base seis municípios que responderam à reportagem.
São Paulo é a cidade em que mais pessoas se negaram a tomar vacina. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde, até esta segunda-feira (6), 1.149 pessoas foram inseridas na lista de recusa da vacina contra a Covid-19 por causa da escolha da marca do imunizante.
A lei que regulamentou a medida, de autoria do vereador Carlos Bezerra Jr. (PSDB), foi sancionada pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB), em 27 de julho, após a capital registrar diversos casos de pessoas que entravam na fila e ao saber o fabricante da vacina que seria aplicada, se retiravam do local e passavam de unidade em unidade até encontrar a marca que desejava tomar.
Os que buscam por tipos de imunizantes são chamados de “sommeliers de vacina”, uma referência aos especialistas em bebidas, que, em virtude da profissão, precisam experimentar diversos tipos delas para compor o menu de um restaurante.
No final da fila, os escolhedores de vacina só poderão ser imunizados após o cronograma municipal de vacinação de cada localidade ser concluído.
Na sequência de São Paulo está Osasco, na Grande SP). De acordo com a prefeitura local, desde 14 de julho, quando uma portaria passou a punir quem se recusasse a ser imunizado, 158 pessoas foram para o final da fila. A faixa etária predominante foi entre 35 e 40 anos, informou o órgão.
A Prefeitura de São Bernardo do Campo (ABC) disse em nota que desde 1° de julho, 115 pessoas assinaram o termo por não aceitarem ser imunizadas. Segundo a gestão municipal, “as faixas etárias abaixo dos 40 anos foram as que mais recusaram a vacina no momento da aplicação”.
Já em Campinas (96 km de SP), entre os dias 9 e 20 de julho, 59 moradores deixaram de tomar o imunizante em virtude do fabricante e também terão que aguardar para serem imunizados contra o vírus. Em Urupês (470 km de SP), entre 28 de junho até a última sexta-feira, apenas uma pessoa se recusou a tomar a vacina. Segundo a prefeitura, “foi um homem na faixa etária dos 30. Ele se recusou a assinar o termo e duas testemunhas assinaram por ele”.
Com a lei em vigor desde 4 de agosto, Ribeirão Preto (315 km de SP) informou ainda não ter anotado pessoas que tenham se recusado a tomar a vacina;
Guarulhos, na Grande São Paulo, afirmou que o termo de recusa começou a ser utilizado recentemente, em 2 de agosto. Até a última quarta-feira (4) 68 pessoas haviam recusado o imunizante. No entanto, a cidade ainda não manda para o final da fila quem se nega ser imunizado, uma vez que ainda não há lei aprovada pelos vereadores.
“Neste momento, o termo de recusa tem por objetivo isentar a prefeitura de qualquer responsabilidade pela não vacinação”, afirmou a prefeitura, em nota.
Balanço divulgado pela prefeitura da capital no sábado (7) indicou que mais de 11 milhões de adultos já foram imunizados na cidade, entre primeira e segunda dose e dose única. Segundo o cronograma da prefeitura, entre esta terça-feira (10) e quarta (11) devem ser vacinadas pessoas de 24 anos. Na quinta-feira (12) será a vez do grupo com 23 anos. Na sexta-feira (13) serão pessoas de 22 anos, e, no sábado (14), as de 21 anos.
É recomendável o cadastro no site Vacina Já para agilizar o andamento da fila. Também é preciso levar documento com foto e comprovante de endereço da cidade de São Paulo. A comprovação pode ser feita apresentando uma conta física ou digital.
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