Sorocaba deverá ser primeira cidade do país a receber projeto de Indústria 4.0

 

 

 

O projeto, que deverá ser realizado pelo Parque Tecnológico, tem apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia

 

A saída para as dificuldades sentidas na economia de todo o país, a partir da pandemia, pode estar em uma solução que começou a ser elaborada em Sorocaba e acaba de receber o aval do Ministério da Ciência e Tecnologia.

Trata-se de um projeto que está sendo desenvolvido com o objetivo de implantar na cidade o conceito de Indústria 4.0, que consiste em uma nova revolução industrial baseada em evoluções tecnológicas que privilegiam a comunicação máquina a máquina. Além de recursos da chamada Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês).

O que o plano tem de inovador, aqui em Sorocaba, é que sua aplicação não irá se restringir a grandes empresas multinacionais, mas se estender também à cadeia de fornecedores, independentemente do porte das empresas, preparando-as para se adequarem às mais novas exigências de um mercado que evolui com rapidez e é muito competitivo.

Para que isso ocorra, a ideia é transformar Sorocaba em um Centro de Excelência Tecnológico da Região Metropolitana de Sorocaba. Tudo estaria disponível em uma plataforma digital para empresas de todo o país, que, depois, poderiam replicar as experiências bem-sucedidas realizadas aqui. Assim, além de se tornar um importante centro de tecnologia inovadora, Sorocaba seria o irradiador desses novos conhecimentos para o Brasil todo.

“Neste primeiro momento, vamos buscar em Sorocaba 10 empresas-âncora. São elas que deverão dizer para nós do que realmente precisam. E do que muitas delas mais precisam, hoje, é capacitar seus fornecedores. Introduzir ferramentas para que esses fornecedores consigam se especializar, melhorar sua eficiência, para conseguir fornecer um produto mais competitivo. E, com certeza, lá na frente, essas empresas não vão fornecer somente para as indústrias daqui. Vão poder fornecer um produto de qualidade para outras empresas do Brasil e até exportar. Então, isso é uma oportunidade única para a nossa cidade. E já chega com a chancela do Ministério da Ciência e Tecnologia, que está acreditando no potencial de Sorocaba”, afirma Nelson Cancellara, diretor do Parque Tecnológico de Sorocaba (PTS).

O Parque Tecnológico foi o local escolhido para reunir, ontem à tarde, um grupo de trabalho do projeto, com a presença do Sr. Paulo Alvim, secretário Nacional de Empreendedorismo e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação (MCTIC); Regiane Relva, assessora do MCTIC; o deputado federal por Sorocaba, Vitor Lippi; Marimar Guidorzi, assessora do deputado; o Prof. Luis Marins, Erly de Syllos, diretor titular do CIESP Sorocaba, além do diretor do PTS. “Eu fico muito feliz pelo fato de a Prefeitura, por meio do Parque Tecnológico, poder contribuir com as indústrias locais e, com certeza, nós vamos gerar emprego, gerar conhecimento, porque vamos criar um módulo de reciclagem de pessoas e de ensinamentos”, acrescenta Cancellara.

De acordo com ele, a cidade se prepara para o cenário pós-pandemia, com a expectativa de retomada da economia.

Trata-se de um projeto, além disso, que converge para uma importante diretriz do Plano de Governo da atual administração da Prefeitura, que investirá na implantação da concepção de Cidade Inteligente. “Vamos proporcionar a modernização e a informatização de todos os setores da administração pública. Esse projeto, de implantação de Indústria 4.0, ao mesmo tempo, se alinha às nossas ações voltadas ao desenvolvimento econômico do município, abrangendo desburocratização, criação de incentivos fiscais para atração e retenção de empresas e capacitação de mão de obra. O Parque Tecnológico será nosso braço na atualização tecnológica que Sorocaba merece e precisa ter”, afirma o prefeito, Rodrigo Manga.

Um dos idealizadores do projeto é o deputado Vitor Lippi, que veio buscar apoio do poder público municipal. “O Brasil, dois anos atrás, construiu o Plano Nacional de Internet das Coisas, para aplicação de novas tecnologias, para cidades inteligentes. Nesse Plano Nacional, está previsto que o Brasil tenha Centros de Excelência para acelerar o desenvolvimento dessas novas tecnologias. Uma das questões no Brasil, além do agro e das cidades inteligentes, são as indústrias inteligentes. E Sorocaba, por ser um grande centro que reúne indústrias importantes para o país, poderia sediar esse centro de desenvolvimento de novas tecnologias da Indústria 4.0. E nós temos feito reuniões com o governo federal, por meio do Ministério de Ciência e Tecnologia, junto com o CIESP, com o Sebrae, indústrias aqui de Sorocaba e o Parque Tecnológico, para que Sorocaba possa ter a aprovação do Ministério e se tornar um Centro de Excelência da Indústria Inteligente. Teremos outros, mas gostaríamos que Sorocaba fosse o primeiro. Poderia ser a primeira região industrial 4.0 do país”, afirma Lippi.

Além das empresas, se somariam ao projeto universidades, organizações, como CIESP, Sebrae, Senai, além do poder público municipal. O objetivo é alcançar conhecimento e tecnologia que melhoram a produtividade das empresas, tornando-as mais competitivas e gerando mais empregos. “É possível produzir mais, com custos reduzidos”, resume o deputado.

“A ideia é fazer uma potencialização do que nós vimos que já começou a acontecer em Sorocaba. É uma cidade que tem um ecossistema muito forte, tem uma densidade industrial muito significativa, uma rede de universidades e de instituições de pesquisa. É uma oportunidade para a gente trabalhar a questão da inovação e da tecnologia 4.0. O primeiro desafio, colocado pelo ministro Marcos Pontes, é que precisava ter um foco. E pensamos que precisávamos ter um Centro de Excelência de tecnologia 4.0, que não só vai beneficiar as empresas, principalmente as industriais, aqui da região, mas, mais do que isso, dar suporte ao incremento de produtividade, aumentar a capacidade de inovação das empresas daqui e com transbordamento disso. Desde o início, o projeto já nasce com a visão de servir não só as empresas locais, mas também as empresas do estado e as empresas do Brasil. Isso é extremamente significativo e se evoluiu muito rapidamente, porque já temos uma proposta concreta, com definição de responsáveis, definição de iniciativas e temos a expectativa de, em fevereiro, poder ser lançado para as indústrias da região de Sorocaba”, conclui o secretário nacional Paulo Alvim.

 

 

Desenvolvimento Econômico – Agência de Notícias