SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O serviço de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) aérea em Manaus ficou sobrecarregado após colapso do sistema de saúde na cidade.
A capital do Amazonas sofre com falta de oxigênio, sem conseguir atender pacientes em um repique de internações na pandemia do novo coronavírus.
Empresas de táxi aéreo que fazem esse tipo de serviço, geralmente prestado a operadoras de planos de saúde, afirmaram que não conseguiram atender a alta demanda que ocorreu na semana passada e no início desta semana.
Com o colapso do sistema de saúde em Manaus, muitos pacientes que têm plano de saúde estão sendo deslocados para outras cidades. Isso provocou uma demanda expressiva pelo serviço. Segundo relatos ouvidos pela reportagem, a fila de espera nas empresas chegou a ser de dois dias.
“Pedimos diariamente de 20 a 16 voos, mas só conseguimos cerca de 4”, diz Sérgio Ferreira Filho, presidente da Unimed Manaus.
Segundo ele, a expectativa é que ainda leve algumas semanas até que o sistema de saúde entre em fase de normalização.
“Tenho 116 leitos no hospital da Unimed e atualmente tenho 160 pacientes internados. Estamos tendo que improvisar. Já cheguei a ter 190. Não posso fechar as portas. Em 30 anos de medicina nunca vi algo assim”, afirmou ele.
A única maneira de resolver a superlotação é transferir os pacientes. E como a situação de todos os planos de saúde era parecida, o sistema aéreo também colapsou.
“O preço de um voo de Manaus para São Paulo custava R$ 120 mil e passou para R$ 180 mil”, diz Ferreira Filho.
Empresas que prestam esse tipo de serviço e que falaram com a reportagem, com a condição de que seus nomes fossem mantidos em sigilo, afirmam que não houve um aumento no valor cobrado por quilômetro.
Segundo as empresas, o que ocorreu é que os aviões estão tendo que sair de bases mais distantes para atender a demanda, e que isso acaba encarecendo o voo. Se antes o avião saída de Manaus para uma cidade do Nordeste, por exemplo, agora é preciso levá-lo de outro local, como de uma cidade do Centro-Oeste, para Manaus e de lá para o destino final. É por isso, dizem as empresas, que os preços aumentaram.
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Ferreira Filho afirma que o serviço, que é conhecido como aeromédico, não é voltado apenas para as pessoas de classe mais alta. “Qualquer pessoa que tenha os nossos planos pode utilizar esse tipo de serviço. Precisamos atender os pacientes. Se não temos leitos aqui, precisamos levá-los até onde existam leitos.”
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A estimativa das companhias é que em alguns dias o aumento na procura por voos com UTI foi de 300% na comparação com o mesmo período no ano passado.
A procura é ainda maior do que foi registrado no primeiro surto de coronavírus que ocorreu na cidade, no início da pandemia.
Mas, assim como na primeira onda, a expectativa é que as internações diminuam nos próximos dias e que o sistema aéreo se normalize nas próximas semanas.
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