Segundo brasileiro vítima de tráfico humano: "vão tirar nossos órgãos"

Dois jovens brasileiros foram traficados para Mianmar, no sudeste asiático, posteriormente aceitarem propostas de ofício na Tailândia, que se revelaram um esquema de tráfico humano. Luckas Viana dos Santos, de 31 anos, e Phelipe de Moura Ferreira, de 26, foram levados para uma “fábrica de golpes” no país asiático, onde relatam ser forçados a empregar golpes financeiros por aplicativos de mensagem. As famílias denunciam torturas, ameaças de morte e condições de trabalho análogas à escravidão.

 

Segundo familiares, Luckas foi levado para Mianmar em outubro e Phelipe, em novembro. Nascente último chegou a ser oferecido uma vez que perdido até entrar em contato com o pai, escondido, por uma rede social. “Descobrimos que ele estava no mesmo lugar que o Luckas. Ele contou que meu rebento está referto de hematomas por ter sido punido”, relatou Antônio Carlos Ferreira, pai de Phelipe. Ambos relatam que são monitorados por traficantes que acreditam ser chineses e que não podem provar tristeza ou pedir ajuda, sob risco de agressões.

Em um dos prints das conversas entre Phelipe e seu pai publicadas pelo site UOL, o jovem mostra estar desesperado: “Eles vão tirar nossos órgãos. Uma vez que permanecer despreocupado assim?”, escreveu Phelipe ao pai.

“Eles tiraram umas fotos nossas. Acho que vão vender a gente”, disse Phelipe em outro trecho da conversa.

As famílias denunciam a lentidão das autoridades brasileiras para atuar no resgate. Segundo o Itamaraty, os casos são acompanhados pelas embaixadas do Brasil na região, que mantêm contato com a Interpol e as polícias locais. Em nota, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que operações de resgate dependem das autoridades de Mianmar.

O esquema, segundo enviado do Itamaraty, oferece vagas fictícias em empresas do setor financeiro na Tailândia. Vítimas são levadas para Mianmar, têm os passaportes confiscados e são submetidas a abusos físicos e jornadas exaustivas de trabalho. Relatórios das Nações Unidas apontam que tapume de 120 milénio pessoas vivem em condições análogas à escravidão em Mianmar. A maioria das vítimas são homens com instrução formal, atraídos por promessas de salários elevados.

Enquanto esperam por respostas concretas, os familiares seguem pressionando as autoridades. “Estou mandando prints para a embaixada, o Itamaraty e até para a Polícia Federalista, mas ninguém me responde”, desabafou o pai de Phelipe. Cleide Viana, mãe de Luckas, escreveu ao presidente Lula pedindo ajuda, mas recebeu somente uma resposta protocolar. “Estou desesperada sem notícias dele. Não tenho mais condições de viver enquanto meu rebento não voltar”, afirmou.

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