Em um trabalho conjunto realizado entre a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo (Sedettur) e a Associação Cerveja Livre, Sorocaba e região receberam o reconhecimento de Arranjo Produtivo Local (APL), como um polo cervejeiro do Estado de São Paulo.
Em busca de melhorias para o setor, um projeto para implantação de envasadora coletiva de latas de cerveja foi protocolado na última sexta-feira (25) e aguarda a análise do Governo do Estado. Adicionalmente, a fim de alavancar os APLs do Estado, um edital de chamamento público foi aberto pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, para subsidiar projetos como esse.
Sorocaba possui 24 microcervejarias registradas no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Na Região Metropolitana, por sua vez, são mais de 30. “É uma categoria que vem se fortalecendo cada vez mais e tem movimentado uma cadeia produtiva que envolve indústria, serviços e comércio”, afirma o Secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, Robson Coivo.
O APL do Polo Cervejeiro da Região Metropolitana de Sorocaba tem encontrado dificuldade em alcançar novos mercados e conseguir a expansão das vendas para outros estados do Brasil, limitando suas atividades aos mercados local e regional. “Atualmente, há escassez de garrafas de vidro no mercado.
As cervejarias artesanais de pequeno porte possuem grande dificuldade em comprar as garrafas dos fabricantes. O vidro é um material caro e de difícil manuseio logístico, tanto na compra da embalagem, quanto na venda do produto, em função do risco de quebra no transporte e peso excessivo. Isso aumenta consideravelmente o custo do frete e, consequentemente, diminui a competitividade das cervejarias artesanais”, explica o cervejeiro da Overture e membro do APL, Cezar Barreto.
O Gestor da Associação Cerveja Livre, Luis Bramante, destaca que uma alternativa para expandir as vendas é o envase da cerveja em latas, o que traria grandes vantagens. “O material é leve e não apresenta risco de quebra no transporte. Além disso, tem boa aceitação do público de cerveja artesanal, que já prefere comprar a lata, ao invés da garrafa. O alumínio possui grande interesse das cooperativas de reciclagem e atende ao Plano Nacional de Resíduos Sólidos, por meio do Plano de Logística Reversa apresentado pelas cervejarias para a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo)”, diz.
A dificuldade técnica do envase da lata em relação ao vidro está ligada à necessidade de equipamento especializado, o que exige alto investimento, criando uma barreira relevante para uma microcervejaria conseguir entrar no mercado de cervejas em latas.
A parceria entre o APL da Região Metropolitana de Sorocaba e o Governo do Estado de São Paulo se apresenta como uma solução para combater essa dificuldade técnica e financeira, com repasse de recursos para a implantação de linha de envase de latas compartilhada.
“A maior parte das cervejarias da região ainda não possui uma linha de envase de latas própria. Uma linha compartilhada pode ser uma vantagem competitiva nesse sentido. Afinal, por se tratar de um projeto coletivo que beneficiará todas as empresas do setor e que contará com o apoio do Governo do Estado, esse projeto se tornará amplamente viável e trará benefícios para todos os envolvidos, facilitando a expansão do mercado para vendas em nível nacional e internacional”, destaca Coivo.
O aumento da competitividade do setor industrial do Estado de São Paulo favorecerá o desenvolvimento das pequenas empresas, que passarão a ter mais competitividade, gerando emprego e renda para toda a cadeia produtiva que abrange o produtor de lúpulo, além de beneficiar os fabricantes de equipamentos industriais, as próprias cervejariam, bares, restaurantes, setor de Turismo, entre outros. O apoio ao setor contribuirá também para fortalecer o reconhecimento nacional do Estado de São Paulo como um polo cervejeiro de referência.
Desenvolvimento Econômico – Agência de Notícias