BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O Ministério da Saúde deverá comprar a vacina contra a Covid-19 da Pfizer, depois a Anvisa (Dependência Vernáculo de Vigilância Sanitária) negar o pedido de atualização da vacina do Instituto Serum, da Índia, representado pela farmacêutica Zalika.

 

No ano pretérito, o Ministério da Saúde concluiu a compra de 69 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19. O contrato previa imunizantes com cepas atualizadas, visando prometer a proteção da população pelos próximos dois anos.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) recomendou a atualização dos imunizantes para a cepa JN.1, atualmente a mais prevalente. Hoje, as vacinas disponíveis para a população ainda são direcionadas à cepa XBB.

A farmacêutica Zalika submeteu à Anvisa, em 4 de dezembro, a vacina indiana atualizada com a cepa JN.1. No entanto, a dependência reguladora afirmou que a empresa não atendeu aos requisitos técnicos necessários relacionados à qualidade das alterações

“Os dados não confirmaram que a vacina atualizada com elaboração da linhagem JN.1 é sólido por 9 meses, quando armazenada nas condições recomendadas de 2°C a 8°C”, disse, em nota.

Atualmente, a vacina do laboratório indiano aprovada pela Anvisa é adaptada à versão XBB e está disponível para pessoas a partir de 12 anos. A decisão da dependência reguladora de negar a atualização da vacina da Zalika foi publicada no Quotidiano Solene da União na segunda-feira (3).

As únicas vacinas aprovadas pela dependência com a versão JN.1 são as da Pfizer e da Moderna.

O pregão eletrônico realizado pelo Ministério da Saúde previa a compra de 57 milhões de doses do imunizante desenvolvido pelo Instituto Serum da Índia, representado no Brasil pela Zalika Farmacêutica. As outras 11,92 milhões de doses seriam da Pfizer.

Segundo Eder Gatti, diretor do Departamento do Programa Vernáculo de Imunizações, o Ministério da Saúde seguirá com o processo de compra junto à segunda colocada no pregão. Ele destacou que essa decisão não impactará o calendário de distribuição das vacinas aos estados.

O contrato prevê alternativas e, diante da impossibilidade de fornecimento por segmento da Zalika, o ministério vai comprar vacinas do cadastro de suplente, que, neste caso, é a Pfizer. Estamos justamente nesse momento de transição, mas o ministério tem estoque suficiente e não haverá interrupção na vacinação contra a Covid-19′, afirmou.

A farmacêutica Zalika já forneceu 3 milhões de doses previstas no contrato, adaptadas à cepa XBB, que foram distribuídas aos estados em dezembro pelo Ministério da Saúde. No entanto, a próxima remessa de vacinas, ainda sem data definida para chegada, já deve ser da Pfizer, já atualizada com a novidade cepa.

A imunização contra a Covid-19 está atualmente recomendada no Calendário Vernáculo de Vacinação para crianças de 6 meses a menores de 5 anos, de forma rotineira; para pessoas dos grupos prioritários a partir de 5 anos; e para a população universal da mesma filete etária, desde que não tenham recebido nenhuma ração anterior da vacina.

No mês pretérito, o Ministério da Saúde atualizou a estratégia de vacinação, incluindo gestantes e idosos com 60 anos ou mais. As gestantes devem receber uma ração por prenhez, enquanto os idosos serão imunizados com uma ração a cada seis meses.

Apesar de o Ministério da Saúde ter regulado a distribuição de vacinas pelo país, diversos estados ficaram sem vacinas da Covid em setembro, principalmente do padrão que pode ser aplicado em menores de 12 anos.

No ano pretérito, o governo perdeu ao menos 80% de um lote de 10 milhões de unidades da Coronavac, compradas tardiamente no término de 2023, o que causou prejuízo superior a R$ 260 milhões.

A perda das vacinas da Coronavac, Moderna e a compra de imunizantes desatualizados são citados em investigação prévio ensejo pela Procuradoria da República do DF sobre suposta preterição da gestão Nísia Trindade no combate à Covid.

Somente neste ano, até o término de janeiro, o Ministério da Saúde disse ter distribuído 2,6 milhões de doses de vacinas contra Covid-19 para todos os estados e Província Federalista, responsáveis pela oferta nos municípios.

Deste totalidade, 241.751 de doses foram aplicadas no mesmo período. O Ministério da Saúde disse ainda que mantém estoque de 2,7 milhões de doses de vacinas contra Covid-19.