Em jejum de títulos desde 2012, o São Paulo tentará dar um passo fundamental para encerrá-lo nesta quarta-feira, às 21h30, quando recebe o Grêmio, no Morumbi, no duelo de volta das semifinais da Copa do Brasil. Para isso, terá de reverter a vantagem do adversário, que venceu o jogo de ida por 1 a 0 e suplantar a força do oponente na competição, se garantindo em uma rara decisão nesse período sem conquistas.
Como caiu em Porto Alegre, o São Paulo só avança à final com um triunfo por dois gols de diferença. E vitória pela vantagem mínima leva o confronto aos pênaltis. Tendo êxito, estará garantido apenas na sua segunda decisão na história da Copa do Brasil – perdeu a de 2000 para o Cruzeiro -, eliminando um dos times que tradicionalmente dominam o torneio mata-mata.
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O Grêmio, afinal, é o segundo maior campeão da Copa do Brasil, com cinco títulos, apenas um a menos do que o Cruzeiro, disputou outras três decisões e está em sua 15.ª semifinal. Um desempenho que se opõe ao modesto retrospecto são-paulino na competição, com apenas uma final no torneio.
Disputar decisões, aliás, vem sendo uma raridade para o São Paulo desde que o time venceu a Sul-Americana em 2012, com a exceção sendo a final do Paulista de 2019. Mas o clube parece estar em seu melhor momento para encerrar esse jejum de taças, tanto que lidera o Brasileirão com sete pontos de vantagem.
Assim, são reais as chances de o São Paulo chegar a fevereiro de 2021 na briga para conquistar dois títulos nacionais. E a possibilidade de enfim vencer a Copa do Brasil passa diretamente pela noite desta quarta-feira, quando poderá atingir a rara marca de 100 gols em um mesmo ano, número que será alcançado caso o time vá duas vezes às redes.
Para isso, o técnico Fernando Diniz aposta na excelente fase da dupla de ataque composta por Luciano e Brenner, ainda mais que o reserva Pablo está lesionado. Juntos, eles já marcaram 37 gols em 2020. E ele precisará lidar com a ausência de Reinaldo, que tem liderado o time em assistências, mas está suspenso – a tendência é que a sua vaga seja ocupada por Léo.
Tchê Tchê, jogador de confiança do treinador, volta a ficar à disposição após ser desfalque diante do Fluminense, e poderá ser aproveitado pelo treinador, que acredita em um jogo intenso nesta quarta-feira no Morumbi, após o duelo de ida ficar marcado pelo excesso de faltas – foram 60.
“Por natureza somos um time muito agressivo, temos de tomar os cuidados necessários, porque vamos enfrentar um grande time, com um grande técnico. Precisamos fazer de tudo para ter uma grande noite na quarta-feira. Jogar no limite das nossas condições”, afirmou Diniz.
Rival do São Paulo, o Grêmio iniciou a atual era vitoriosa com Renato Gaúcho com uma conquista da Copa do Brasil, a de 2016. Mas depois disso falhou na competição, parando nas semifinais em 2017 e 2019, caindo em ambas as oportunidades nos pênaltis e para o campeão.
O técnico tem problemas para escalar o Grêmio, especialmente a zaga, pois David Braz e Pedro Geromel estão lesionados, embora o titular tenha viajado a São Paulo. Mas Rodrigues é o favorito para compor a dupla de zaga com Kannemann. Com dores na panturrilha, Maicon é ausência certa.
Com chances remotas de conquistar o Brasileirão e eliminado da Libertadores com uma goleada por 4 a 1 para o Santos nas quartas de final, o Grêmio trata a Copa do Brasil como prioridade. E se repetir o empate do último encontro no Morumbi, por 0 a 0, estará na final. Aquele confronto, aliás, ficou marcado pelas reclamações dos gaúchos sobre a arbitragem, algo que o time gaúcho fez questão de relembrar antes do reencontro.
“O São Paulo é uma equipe que procura sufocar os adversários dentro de casa, com muita gente no campo ofensivo. Se você aceitar, você paga um preço muito caro”, disse Diego Souza. “A equipe do São Paulo pressiona a arbitragem o tempo inteiro, é muito chata dentro de campo e a gente tem que estar ligado. Se deixar, eles apitam o jogo. É notório, nós vemos nos jogos”, acrescentou.
Além da igualdade no Morumbi e do triunfo no jogo de ida, o Grêmio tem o retrospecto a seu favor. O time não perde para o São Paulo desde 2013 – são cinco jogos e cinco vitórias nesse período. Renato, que faz mistério sobre a escalação, tem uma dúvida ente Lucas Silva e Darlan no meio-campo. E deve escalar Alisson no setor ofensivo.
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