Santos, Itanhaém e Mongaguá têm alta nos atendimentos a casos relacionados à virose

(FOLHAPRESS) – A Secretaria Municipal da Saúde de Santos, no litoral paulista, confirmou à Folha que houve aumento no número de atendimentos relacionados às viroses nas 3 UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) da cidade -Meão, Zona Leste e Zona Noroeste. Segundo a prefeitura, a capacidade atual dos serviços ainda é suficiente para a demanda.

 

Nestas unidades, em novembro de 2024, foram realizados 2.147 atendimentos e em dezembro, 2.264. Entre os dias 1º e 6 de janeiro (até às 12h) houve 1.339 casos, ou seja, 59,1% do totalidade do mês pretérito.

Na Santa Lar de Santos, os atendimentos nos meses de novembro e dezembro foram, respectivamente, 622 e 567. Nos primeiros cinco dias deste ano, o hospital já atendeu 412 pacientes. É uma média de 80 por dia, contra os 20 dos últimos dois meses, o que caracteriza subida de murado de 300%.

Outros municípios da Baixada Santista também registraram subida. Em Itanhaém, a Secretaria de Saúde registrou uma média de 229 atendimentos diários de casos relacionados à virose entre 1° e 5 de janeiro de 2025 -1.145, sendo 793 na UPA do Sabaúna e 352 na UPA Infantil do Meio. O número é 69% maior do que a demanda do mês inteiro anterior (790) nas unidades.

De 23 de dezembro a 4 de janeiro, os serviços de urgência e emergência de Mongaguá realizaram 12.270 atendimentos. Destes, 1.783 (14,5%) são relacionados à virose.

Segundo a prefeitura de Mongaguá, o aumento dos casos começou no dia 30 de dezembro e desde sábado (4) apresenta queda. O município acredita que o cimo fluxo de turistas tenha sido responsável pelo incremento das ocorrências da doença.

Desde segunda-feira (6), a reportagem questiona a prefeitura de Guarujá sobre a situação sítio, mas até o momento não obteve resposta. Na semana passada, a Secretaria Municipal da Saúde precisou aumentar a infraestrutura nas UPAs Enseada e Rodoviária para dar conta da demanda. Outras três unidades tiveram o horário de funcionamento estendido.

As farmácias enfrentaram falta de medicamentos para controle de náuseas e vômitos, e estabilidade da flora intestinal. A situação fez o Procon-SP enviar um pedido formal às associações que representam empresas varejistas de vitualhas, bebidas e medicamentos -como mercados, farmácias e distribuidores- para que orientem suas associadas a açodar a reposição de produtos e substanciar os estoques em suas unidades no litoral paulista.

Já Praia Grande afirmou que houve um aumento nos casos relacionados à virose, mas negou o surto em notas enviadas ao jornal nos últimos dois dias. A reportagem solicitou o número de atendimentos na cidade, mas não obteve resposta. “De harmonia com protocolo do Ministério da Saúde, não é necessário produzir a notificação desta doença, somente em caso de surtos, o que não condiz com o cenário atual do município”, diz uma das notas.

Em entrevista à Folha, Alessandra Lucchesi, diretora da Ramificação de Doenças de Transmissão Hídrica e Fomentar da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, afirmou que a situação de Praia Grande e Guarujá preocupa.

“São dois municípios que nos reportaram a ocorrência de surtos. Isso significa expressar que conseguiram detectar dentro do aumento do número de casos alguns adensados passíveis de investigação. Logo, por mais que a gente monitore semanalmente as doenças diarreicas, frente a ocorrência de surtos, é disparado um processo de investigação mais detalhado. Tanto o Guarujá quanto a Praia Grande conseguiram identificar famílias inteiras doentes ou até mesmo pessoas que dividiram a mesma estadia e que compartilharam os mesmos sinais e sintomas”, diz Lucchesi.

“No Guarujá, onde estamos verificando um número exacerbado de pessoas com os mesmos sinais e sintomas e, basicamente, com uma história clínica parecida, adotamos outros procedimentos de investigação. Nesse momento, estamos investigando o município porquê um todo e não mais essas notificações que foram feitas desses grupos em só.”

Entre os sinais relacionados a gastroenterocolite estão os de desidratação -náuseas, dor de cabeça, vômito, diarreia e febre (em alguns casos). “Quando a pessoa não consegue realizar uma hidratação favorável, podem nascer sintomas neurológicos. Se a diarreia ou o vômito porfiar mais de três dias, procure um médico”, alerta.

A doença costuma ser benigna, mas os extremos de idade, pessoas com comorbidades e imunossuprimidos devem ter atenção.

A jovem Amanda Caroline Resende de Oliveira, 29, morreu no sábado (4), em Cristais Paulista, no interno paulista, posteriormente um quadro possante de virose. Ela esteve no Guarujá poucos dias antes do óbito. Uma moradora de Taquarituba (a 328 km de São Paulo), de 20 anos, foi internada na UTI de um hospital do Guarujá posteriormente sintomas de virose.

Segundo Alessandra Lucchesi, não é provável relacionar as duas ocorrências com o surto. “No caso do óbito, ainda é necessário que a gente consiga ter chegada às informações de doenças preexistentes, o quadro galeno apresentado e o histórico médico para que possamos averiguar a desculpa”, explica. A reportagem não conseguiu apurar se as moças pertencem a grupo de risco.

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo promoveu, na segunda (6), uma reunião com os secretários municipais de saúde e representantes das vigilâncias epidemiológicas dos nove municípios da Baixada Santista. O encontro serviu para abordar medidas a serem adotadas nos casos de gastroenterocolite aguda que ocorrem na região.

O grupo técnico da pasta reforçou sobre a valor dos protocolos de coleta de amostras humanas e de chuva para a estudo dos casos.

Alessandra Lucchesi disse que as amostras de chuva e humanas chegaram ao Instituto Adolfo Lutz Meão, na capital paulista, nesta terça (7). “Elas serão processadas para vírus, bactérias e parasitas. É muito provável que se tivermos qualquer resultado voltado à virologia ou à parasitologia, ele sai em até cinco dias. Se tivermos a premência de esperar o resultado da bacteriologia, pode porfiar alguns dias a mais, em torno de dez a 15 dias.”

ORIENTAÇÕES PARA EVITAR CONTAMINAÇÃO

Não entre na chuva da praia se ela estiver classificada porquê imprópria pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) e evite banhos de mar 24 horas posteriormente as chuvas;

Evite vitualhas mal cozidos;

Mantenha os vitualhas muito refrigerados, com atenção próprio às temperaturas dos refrigeradores e geladeiras dos supermercados onde eles ficam acondicionados;

Ligeiro seus próprios lanches em passeios, corretamente armazenados;

Observe muito a higiene de lanchonetes e quiosques;

Zelo com gelos, raspadinhas e sorvetes de origem desconhecida;

A transmissão da doença é oral-fecal e não respiratória. Lave as mãos com chuva e sabão antes das refeições, de preparar vitualhas e posteriormente uso do banheiro;

Beba sempre chuva mineral filtrada;

Em caso de diarreia, intensifique a hidratação e se necessário, busque atendimento médico.