SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Construir um bom perfil no LinkedIn pode ser a porta de entrada para o mercado de trabalho ou para uma nova oportunidade profissional, principalmente se o usuário souber explorar palavras-chave ao preencher suas informações.
Palavras-chaves são termos que conectam o perfil às buscas dos recrutadores. O uso estratégico desse recurso potencializa as chances do usuário de ter sua conta acessada e exibida em resultados de pesquisa na plataforma.
Um erro comum é informar em “título profissional” (campo que aparece abaixo do nome do usuário) apenas o cargo, em vez de usar palavras-chave relacionadas à área de atuação, diz Luana Torres, especialista em carreiras e recolocação profissional.
“Por exemplo, colocam gerente de contas ou gerente comercial, mas, quando o recrutador vai fazer a busca, ele pesquisa por palavras-chave, que devem ser exploradas ao máximo”, afirma. Segundo Torres, nesses casos o ideal seria acrescentar os termos vendas, relacionamento com cliente e negócios ao título profissional.
Guilherme Gomes da Silva, 26, analista de administração pessoal na Flash Benefícios, conseguiu seu atual emprego pelo LinkedIn. Ao preencher seu perfil, ele usou palavras-chave como legislação trabalhista e legislação previdenciária, que estão relacionadas à sua área de atuação, entre outras.
A recrutadora chegou ao perfil de Guilherme após uma busca na plataforma e enviou a ele uma mensagem via chat, convocando-a para uma entrevista.
Segundo Wendell Wagner de Oliveira, especialista em currículo e LinkedIn, quem está a procura de uma vaga no mercado deve usar palavras-chave que estejam de acordo com seus objetivos profissionais.
“Pode ser profissional da área de vendas, comercial ou negócios. E se nunca trabalhou, pode colocar sua formação: graduando em administração, por exemplo”, diz Wendell.
As palavras-chave também devem ser usadas no campo “sobre”, onde o usuário pode fazer um resumo da sua experiência e exaltar competências. O texto pode ser escrito em primeira pessoa, mas precisa ser breve, com até cinco linhas, ou feito em tópicos. Além disso, o especialista ressalta que é importante informar canais de contato como email, site corporativo ou telefone.
Aos profissionais em início de carreira, que muitas vezes não têm experiência no mercado, Wendell recomenda destacar atividades acadêmicas realizadas durante o curso, como projetos de extensão, participações em congressos e atuação em empresas juniores (associações sem fins lucrativos formadas exclusivamente por alunos de graduação ou nível técnico).
Foi assim que Lucas Paodjuenas, 22, conseguiu seu primeiro estágio no CIT (Centro de Inovação e Tecnologia) da Ambev. Ele está no último ano da graduação em nanotecnologia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e aproveitou sua experiência como presidente de uma empresa júnior para interagir com publicações desse tema no LinkedIn. A convocação para uma entrevista na Ambev chegou via chat.
“A empresa queria um profissional com foco na nanotecnologia, e não é fácil de achar. Eu estava sempre presente [no LinkedIn], comentando publicações e interagindo com coisas voltadas à nanotecnologia, que é o meu mundo”, conta Lucas.
Interagir com outros usuários na rede social também aumenta o alcance do perfil, de acordo com Ana Claudia Plihal, executiva de soluções de talentos do LinkedIn.
“Quando o usuário é ativo na plataforma, as chances de chegar a um número maior de pessoas e criar uma comunidade em torno da sua marca profissional é significativamente maior”, afirma.
Essa interação pode ser feita com incentivo a conversas –por exemplo, encerre um post ou artigo com uma pergunta e responda os comentários que aparecerem. Além disso, saber para quem você está escrevendo (ou quer escrever) é fundamental para gerar engajamento na rede, diz Plihal.
Layla Comparin, 27, engenheira de dados no grupo Boticário, ganhou visibilidade no LinkedIn após criar em Belo Horizonte a comunidade R-Ladies, que promove a diversidade de gênero na linguagem de programação R.
“Pelo fato de eu ter criado essa comunidade, ganhei relevância no LinkedIn e várias pessoas começaram a me seguir. Eu vi na plataforma uma maneira de aumentar não só as minhas conexões, mas também a possibilidade de conseguir emprego”, conta Layla. Ela conseguiu dois trabalhos por meio da rede social, inclusive o cargo que desempenha no Boticário.
Segundo Ana Claudia Plihal, quatro pessoas são contratadas a cada minuto por meio do LinkedIn, que tem quase 800 milhões de usuários no mundo.
Além do uso de palavras-chave e interação com usuários, a executiva destaca outros pontos importantes para alavancar a conta no LinkedIn: ter uma boa foto de perfil, manter o cargo atualizado, incluir a instituição de ensino, informar sua localização e explorar habilidades, tanto técnicas quanto interpessoais.
Criar um perfil em outros idiomas também pode ser interessante. Camila Lima, 28, por exemplo, possui a conta toda em inglês e conseguiu um emprego com desenvolvimento de novos negócios na área comercial da Mirakl, multinacional francesa da área de softwares.
“Tenho visto que muitas empresas de fora estão contratando para vagas remotas, e elas fazem o recrutamento pelo LinkedIn. São, principalmente, startups ou empresas que estão tentando expandir para o mercado brasileiro”, conta Camilla.
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