O governo da Rússia alertou nesta quinta-feira (18) que poderá considerar o envio de mísseis de longo alcance Taurus à Ucrânia como uma “participação direta” da Alemanha no conflito. A ameaça foi feita pela porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, em resposta à possibilidade de Berlim rever sua postura sobre o armamento.

 

Zakharova afirmou que ataques com mísseis Taurus a alvos estratégicos em território russo, como infraestrutura de transporte, seriam tratados como ações diretamente atribuídas à Alemanha. “Isso terá consequências”, declarou a porta-voz, citada pela imprensa russa.

O debate ganhou força após Friedrich Merz, líder da oposição alemã e presidente da União Democrata Cristã (CDU), afirmar que considera favorável o envio dos mísseis, desde que haja coordenação com aliados europeus. A declaração foi bem recebida por autoridades da Polônia e dos Países Baixos, durante reunião recente em Luxemburgo.

Merz criticou o atual governo de Olaf Scholz por sua relutância em fornecer os armamentos, considerados estratégicos para a Ucrânia atacar alvos em regiões mais distantes do território russo. Os mísseis Taurus têm alcance de até 500 km e já foram requisitados diversas vezes pelo presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.

Apesar da pressão internacional, o governo Scholz — liderado pelo Partido Social-Democrata (SPD) em coalizão com os Verdes e o Partido Liberal Democrático (FDP) — tem evitado aprovar o envio dos Taurus, alegando o risco de escalada no conflito. O secretário-geral do SPD, Matthias Miersch, reafirmou nesta semana que a Alemanha “não deseja se tornar parte beligerante” da guerra.

Desde o início da invasão russa, França e Reino Unido já entregaram mísseis de longo alcance à Ucrânia. Os Estados Unidos também autorizaram o uso de armamentos similares contra alvos russos nos últimos meses do governo Biden.

Enquanto isso, a Ucrânia insiste que o reforço militar ocidental é essencial para conter os avanços russos e recuperar territórios ocupados.

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