(FOLHAPRESS) – A varejista Ricardo Eletro, controlada pela Máquina de Vendas, teve sua falência suspensa por um despacho da 2ª Câmara Reservada de Direito Empresarial de São Paulo.
A companhia, em recuperação judicial desde 2020, teve falência decretada pela Justiça na última quarta-feira (8), pelo juiz Leonardo Fernandes dos Santos, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central de São Paulo.
Ao decretar a falência, o juiz havia apontado que “houve a identificação de diversos fatores de esvaziamento patrimonial” e que a recuperação judicial “não reúne condições de prosseguimento”.
Agora, segundo o relator do despacho, o desembargador Maurício Pessoa, deve-se prosseguir com a recuperação judicial no que possível, “especialmente com a fiscalização e o acompanhamento, pela administradora judicial durante o processamento deste recurso”.
Ele ressaltou, no entanto, que a própria administradora judicial, a Laspro Consultores, registrou que teria havido “esvaziamento patrimonial”.
“Neste cenário, então, cabia providenciar, com a devida transparência, clareza, rapidez, objetividade e concretude, esclarecimentos quanto à sua atividade operacional (…) esclarecendo se existem efetivamente produtos à disposição para comercialização que impacte no incremento de suas receitas.”
A reversão ocorre 48 horas após a decisão. Segundo a empresa, o plano operacional da Ricardo Eletro é continuar focando no marketplace, com modelo de estoque que busque a rentabilidade.
“Desde a aprovação da recuperação judicial pelos seus credores, em setembro de 2021, a Ricardo Eletro está com 100% de entregas dentro do prazo, inclusive com a grande maioria entregue antes mesmo de seu prazo”, diz o presidente da varejista, Pedro Bianchi, por meio de nota.
“Temos ainda muitas frentes de batalha, seja dentro e fora do processo de recuperação judicial, mas o time continua focado em estabilizar sua retomada, e a honrar o pagamento com seus credores. É uma trilha longa, mas que vale ser recorrida.”
O grupo Máquina de Vendas havia entrado com o recurso na quinta-feira. Na ocasião, Bianchi afirmou que foi surpreendido pela decisão da Justiça, e que a posição da presidência, diretoria e de todo corpo jurídico era de completa discordância da decisão proferida.
“Não cabe ao Judiciário decidir sobre viabilidade econômico-financeira sobre empresa e sim a empresa e seus credores”, disse.
A suspensão vale até que o recurso seja julgado.
Em outubro de 2020, a varejista protocolou seu plano de recuperação judicial. No fim do ano passado, o valor do endividamento superava os R$ 4 bilhões.
A Ricardo Eletro foi fundada por Ricardo Nunes no interior de Minas Gerais, em 1989. Ela chegou a ter mais de 1.100 lojas pelo Brasil, com mais de 12 mil colaboradores diretos.
Em 2020, o fundador da Ricardo Eletro foi preso por suspeita de sonegação fiscal, sendo liberado posteriormente.
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