O Reino Unido anunciou nesta quarta-feira (30) que realizou, em parceria com os Estados Unidos, um ataque aéreo contra uma instalação usada pelos rebeldes houthis para produção de drones no Iêmen. Segundo o Ministério da Defesa britânico, a operação ocorreu a cerca de 25 quilômetros ao sul da capital Sanaa, durante a noite — horário escolhido para minimizar o risco de atingir civis.
De acordo com o comunicado oficial, caças britânicos Typhoon foram responsáveis por atingir um conjunto de edifícios utilizados pelos houthis para fabricar drones semelhantes aos empregados em ataques recentes contra navios comerciais no Mar Vermelho e no Golfo de Áden.
Os houthis, grupo rebelde que controla parte significativa do território iemenita, têm realizado ofensivas contra embarcações desde o final de 2023, em solidariedade aos palestinos na Faixa de Gaza, diante da guerra entre o Hamas e Israel.
Embora os Estados Unidos tenham iniciado bombardeios regulares a posições houthis no início de 2024, esta é a primeira vez que o governo britânico confirma publicamente sua participação em uma operação desde o relançamento da campanha, em março.
Além dos ataques a navios, os houthis também reivindicaram, em diversas ocasiões, ofensivas diretamente contra Israel. Nesta quarta-feira, o Exército israelense informou, por meio da rede social X (antigo Twitter), que interceptou um drone lançado do Iêmen, em pleno Yom HaZikaron — Dia da Memória dos Soldados Mortos. Segundo os militares, o artefato não chegou a entrar no espaço aéreo israelense e, por isso, os alertas de sirene não foram acionados.
Dois dias antes, outro ataque com míssil balístico lançado pelos houthis foi interceptado por Israel, tendo como alvo uma base militar no deserto de Negev. Até o momento, os rebeldes iemenitas não reivindicaram responsabilidade pelo ataque desta madrugada.
Segundo o porta-voz do Departamento de Defesa dos EUA, Sean Parnell, as forças americanas atingiram mais de mil alvos houthis desde meados de março, matando combatentes e líderes do grupo e enfraquecendo sua capacidade operacional.
Atualmente, os houthis são considerados um dos principais integrantes do chamado “Eixo da Resistência”, liderado pelo Irã, que também inclui milícias como o Hezbollah, no Líbano. O grupo ganhou força após o enfraquecimento do regime sírio e a perda de influência de outras facções aliadas a Teerã.
A guerra civil no Iêmen teve início em 2014, e desde 2015 conta com intervenção da Arábia Saudita e seus aliados em apoio ao governo reconhecido internacionalmente. Já os houthis, de orientação xiita, são apoiados pelo Irã e controlam amplas regiões do país.
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