Mais cem afegãos estão acampados no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, à espera de abrigo.
Os refugiados chegaram ao Brasil ao longo da última semana com visto de acolhida humanitária. No grupo há 20 famílias, com 32 crianças, segundo o Coletivo Frente Afegã.
As famílias estão acampadas em frente ao Posto Avançado de Atendimento Humanizado ao Migrante, no mezanino do aeroporto.
A concessionária GRU Airport não informou que tipo de estrutura está sendo oferecida para os refugiados, como acesso a banheiros e chuveiros, e disse que o acolhimento está sendo feito pela prefeitura de Guarulhos.
Em nota, a prefeitura diz que não é responsável por essa acolhida e que está trabalhando de forma emergencial, garantindo a alimentação com café da manhã, almoço e jantar. A prefeitura também diz que as 177 vagas para acolhimento de migrantes no município estão ocupadas e não há previsão de quando estarão disponíveis.
O aeroporto de Guarulhos é o único no país que recebe voos do Afeganistão. Em fevereiro, a prefeitura solicitou ao governo federal o reconhecimento do município co.o região de fronteira. A demanda está com Ministério de Portos e Aeroportos. Nós entramos em contato com a pasta, mas, até o fechamento, não houve retorno.
No final de junho, outro grupo de 128 afegão, que também estava acampado no aeroporto, foi transferido para Praia Grande, no litoral de São Paulo. Eles foram abrigados na Colônia de Férias do Sindicato dos Químicos na cidade. Segundo a assessoria de imprensa do sindicato, aos poucos estão sendo transferidos para outros abrigos sob orientação do Ministério da Justiça.
Em setembro de 2021, o governo brasileiro publicou portaria que concede visto temporário aos afegãos, em razão da crise instalada no país desde que o Talibã voltou ao poder. E, por isso, desde 2022, o aeroporto de Guarulhos vem recebendo com frequência refugiados que ficam acampados nos corredores do terminal.
Segundo a ACNUR, a Agência da ONU para refugiados, entre janeiro 2022 e julho desse ano, o aeroporto já tinha recebido 3.545 afegãos.