SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta segunda-feira (16) que haverá uma “resposta” caso a Finlândia e a Suécia entrem na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). “A expansão da infraestrutura militar para este território certamente causará nossa resposta”, disse Putin, segundo a agência russa Tass. “Vamos analisar o que será [a resposta] com base nas ameaças que serão criadas para nós.”
Suécia e Finlândia já indicaram que pretendem ingressar na aliança militar, que tem os Estados Unidos como sua principal liderança, em meio à invasão russa do território da Ucrânia. Hoje, a guerra da Rússia entrou em seu 82º dia.
Putin, porém, disse que a Rússia “não tem problemas” com Finlândia e Suécia, e que eles não representariam uma “ameaça direta”.
Para o presidente russo, a expansão da Otan é artificial, indo além de seu propósito geográfico. Na avaliação de Putin, a aliança militar poderia não influenciar da melhor maneira outras regiões.
Na Finlândia, a primeira-ministra do país, Sanna Marin, fez uma apresentação nesta segunda-feira (16) ao Parlamento sobre o relatório para a adesão à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). “Se o Parlamento aprovar as conclusões do relatório, o governo está equipado para tomar as decisões necessárias para lançar rapidamente as negociações de adesão”, disse. Uma sessão plenária é realizada hoje sobre a questão.
A Rússia tem visto como ameaça a possível entrada da Finlândia na Otan, um movimento em consequência da invasão russa ao território ucraniano. Os dois países compartilham uma fronteira de cerca de 1.300 quilômetros de extensão. A entrada na Otan também é avaliada na Suécia, que hoje tem um debate em seu Parlamento sobre deliberações de política de segurança.
Em seu discurso, a primeira-ministra da Finlândia disse que “ocorreram mudanças fundamentais em nosso ambiente de segurança”, ao tratar, no Parlamento do país, sobre a entrada na Otan. “A alegação da Rússia de que é alvo de ameaças externas não tem fundamento algum. O único país que está ameaçando a segurança da Europa e travando abertamente uma guerra de agressão é a Rússia”, completou Marin.
Segundo ela, “cada país tem o direito de tomar suas próprias decisões sobre política externa e de segurança”. “Nenhum outro ator pode infringir esse direito. As exigências da Rússia significam que, em sua opinião, a Rússia tem o direito de definir uma esfera de influência para si mesma.”
Marin pontuou aos parlamentares que, como membro da aliança militar, “a Finlândia se tornaria parte da defesa coletiva da Otan e das garantias de segurança que a acompanham”. “Se a Finlândia for alvo de um ataque, receberemos ajuda. E, inversamente, se outro país da Otan for alvo de um ataque, nós o ajudaremos.”
Em comunicado distribuído pelo Ministério de Relações Exteriores da Rússia, o vice-ministro Sergey Riabkov disse que Finlândia e Suécia não “devem ter ilusões de que vamos simplesmente tolerar isso”, em referência à possível entrada dos países na Otan.
“Ou seja, o nível geral de tensão militar aumentará e haverá menos previsibilidade nessa área. É uma pena que o bom senso seja sacrificado a algumas ideias fantasmas sobre o que deve ser feito na situação atual”, completou, mencionando que o movimento é “outro erro grave com consequências de longo alcance”.
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