SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Ministério Público de São Paulo se manifestou contra a progressão de pena ao regime cândido para Cristian Cravinhos, recluso em 2002 pelo homicídio de Manfred e Marísia von Richthofen a mando da filha do parelha, Suzane von Richtofen.

 

A revelação, desta quinta-feira (30), é assinada pelo promotor Gustavo José Pedroza Silva. O documento leva em consideração os resultados do teste de Rorschach, inspecção psicológico que avalia a personalidade, a que Cristian foi submetido.

Em agosto do ano pretérito, o Ministério Público já havia emitido parecer contrário à conversão da pena para o regime cândido.

Segundo o promotor, a partir do inspecção, o recluso apresenta traços disfuncionais de personalidade, caracterizados por rigidez emocional e controle excessivo.
Ainda conforme o laudo psicológico, ele demonstra dificuldade em mourejar com as emoções de forma espontânea, optando predominantemente por estratégias de racionalização e distanciamento emocional.

“Entre suas fragilidades, destaca-se uma sentença afetiva marcadamente rígida e controlada, o que compromete sua espontaneidade emocional. Cristian apresenta dificuldade em compreender e integrar suas emoções de maneira objetiva, resultando em reações que são frequentemente influenciadas por fantasias e ideias pouco realistas”, diz a perita designada para a avaliação, de negócio com nota do Ministério Público.

O pedido de progressão de pena ainda não foi decido pela Justiça. Questionada sobre a revelação do promotor, a resguardo de Cristian não respondeu até a publicação deste texto. Ele está represado no presídio de Tremembé, no interno de São Paulo.

Cristian foi réprobo em 2006 a 38 anos de prisão por participação na morte dos pais de Suzane, em 2002. O violação foi cometido junto com o irmão, Daniel Cravinhos, na quadra namorado da jovem.

Tanto Daniel quanto Suzane foram beneficiados pela progressão de regime para o regime cândido.

Cristian recebeu o mercê do semiaberto em 2013. Cinco anos depois, em 2018, ele foi sentenciado a mais quatro anos e oito meses pelo violação de devassidão ativa, posteriormente tentar subornar policiais em um bar em Sorocaba (SP), posteriormente ser culpado de agredir uma mulher.

Ele havia tentado evitar a prisão depois de se envolver em uma confusão no lugar em abril daquele ano.

O inspecção, de negócio com a Promotoria, apontou também “que o réu tem conhecimento das normas sociais, mas não se identifica com elas”.

“Denota-se, portanto, que o sentenciado apresenta traços de imaturidade, percepção da verdade voltada para questões pessoais, a partir de sua própria perspectiva do mundo, sem compreender e levar em consideração a experiência do outro [sinal de falta de empatia], além de propensão a concretizar impulsos reprimidos e tomar medidas irrefletidas e descontroladas”, diz a sustentação do promotor, aponta o MP.

A Promotoria ainda ressalta a sisudez dos crimes cometidos por Cristian, assim uma vez que o trajo de o término de cumprimento da pena estar previsto unicamente para 2041.