VICTOR LACOMBE
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente interino da Coreia do Sul, Choi Sang-mok, ordenou nesta segunda-feira (30) uma inspeção completa emergencial de todo o sistema alheado do país asiático posteriormente o acidente da Jeju Air que matou 179 pessoas neste sábado (28) em Muan, no sudeste do país.
A tragédia foi a mais grave em solo sul-coreano da história e a pior envolvendo uma risca aérea do país desde 1997. Suas causas ainda são desconhecidas, e a principal hipótese até cá, de que o avião aterrissou sem trem de pouso por pretexto de um choque com um pássaro, tem sua plausibilidade questionada por especialistas.
O Ministério dos Transportes disse que a caixa-preta foi recuperada, mas sofreu danos, de modo que não está simples se os dados disponíveis estão intactos o bastante para serem analisados -um processo que deve demorar meses.
A caixa-preta foi levada até a capital, Seul, e será analisada por autoridades sul-coreanas e uma equipe do governo dos Estados Unidos e da Boeing, obreiro do avião. Regulações internacionais de aviação exigem que o país onde a avião foi desenvolvida e construída participe da investigação.
Outras questões envolvendo o caso permanecem sem resposta, porquê a razão para a existência de um muro de alvenaria no final da pista do Aeroporto Internacional de Muan -a avião explodiu ao se germinar contra a estrutura. Também não se sabe por que o avião não perdeu velocidade ao pousar.
“Normalmente não se constrói um muro no final de uma pista”, disse Christian Beckert, perito em segurança aérea e piloto da Lufthansa, à filial de notícias Reuters. “É geral ter um sistema de desaceleração, que possa por exemplo permitir que o avião afunde no solo um pouco e perda velocidade dessa maneira.”
Na segunda, a filial de notícias Yonhap informou que a avião da Jeju Air, um Boeing 737-800, tinha feito 13 voos em somente 48 horas antes do acidente, um uso considerado excessivo do equipamento. Além de destinos dentro da Coreia do Sul, o avião também fez viagens internacionais no período, voando para a China, Japão, Taiwan e Malásia antes de realizar o voo à Tailândia cuja volta terminou em tragédia.
O acidente causou uma vaga de cancelamentos da Jeju Air. A companhia low-cost, que opera principalmente no Leste Asiático, reportou que quase 70 milénio clientes cancelaram suas passagens em somente dois dias.
“Devido à situação atual, a taxa de cancelamento está ligeiramente superior à habitual. No entanto, o fluxo de novas reservas permanece firme”, disse o porta-voz da empresa Song Kyung-hoon. As ações da Jeju Air caíram até 15% na segunda, e as de diversas agências de turismo sul-coreanas caíram mais de 5%.
Durante uma reunião com a Resguardo Social da Coreia do Sul em Seul, o presidente interino Choi disse que a prioridade do governo é identificar as vítimas, estribar suas famílias e tratar os dois sobreviventes do sinistro -dois comissários de bordo que estão internados em estado firme em hospitais da capital.
“Antes mesmo da divulgação dos resultados finais [da análise das caixas-pretas], pedimos que as autoridades conduzam a investigação de maneira transparente e se comuniquem de forma célere com as famílias enlutadas”, disse Choi.
“Quando os trabalhos no sítio do acidente forem concluídos, pedimos que o Ministério dos Transportes conduza uma inspeção de segurança emergencial de todo o sistema alheado para evitar novos acidentes” concluiu o presidente interino.
Choi visitou um memorial improvisado levantado em um ginásio na cidade de Muan homenageando as vítimas e se solidarizou com as famílias. O aeroporto de Muan continua fechado, mas o restante da malha aérea do país opera normalmente nesta segunda.
Ministro da Economia e vice-primeiro-ministro no governo de Yoon Suk Yeol, Choi chegou ao função de líder interino da Coreia do Sul depois que o presidente foi ausente do função por um impeachment graças à sua tentativa de autogolpe no início do mês.
Yoon foi substituído pelo primeiro-ministro, mas leste também foi removido do função pelo Parlamento depois de se recusar a cooperar com o Legislativo no processo de remoção do presidente.
Assim, Choi chegou ao função de presidente interino na sexta-feira (27), um dia antes do acidente alheado em Muan. Na segunda, ele ordenou que o Ministério dos Transportes conduza uma inspeção peculiar de todos os 101 Boeings do padrão 737-800 em operação na Coreia do Sul, com foco peculiar no histórico de manutenção das aeronaves.
A pasta disse que os pilotos informaram a torre de controle sobre uma colisão com um pássaro pouco antes do pouso. Especialistas consideram improvável que essa seja a principal pretexto do acidente -um choque com uma ave não é capaz de impedir o uso do trem de pouso nem de destruir o motor imediatamente, mesmo que um bicho tenha sido sugado pela turbina.
Em um caso porquê esse, avaliam, os pilotos deveriam ter voado em círculos pelo maior tempo verosímil para gastar combustível e minimizar uma explosão em solo. Entretanto, a avião tentou pousar minutos depois de se germinar com o pássaro, atingiu o solo longe do início da pista e não utilizou o trem de pouso.