BRUXELAS, BÉLGICA (FOLHAPRESS) – O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, afirmou nesta quarta-feira (13) que está preocupado com nova variante do coronavírus cuja origem é atribuída ao Brasil e disse que pode limitar a entrada de viajantes vindos do país.
“Já temos medidas duras para proteger nosso país de novas infecções vindas do exterior e estamos tomando medidas para fazer isso com relação à variante brasileira”, afirmou a parlamentares em comitê da Câmara dos Comuns.
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Não especificou, porém, se proibirá voos diretos como fez com os que chegam da África do Sul, onde também foi relatada nova variante. Segundo o premiê, ainda há muitas dúvidas sobre essa nova cepa.
O Instituto Nacional de Doenças Infecciosas do Japão, onde foram detectadas as mutações após a chegada de viajantes brasileiros, afirmou não haver evidências até o momento de que a variante encontrada no Brasil seja mais infecciosa.
Boris afirmou que controles na fronteira seriam apertados para impedir a entrada de variantes no país.
A partir de sexta (15), para entrar na Inglaterra vindo do exterior será preciso mostrar teste negativo de coronavírus feito 72 horas antes da partida. Medida semelhante deve ser tomada na Escócia e em Gales, mas ainda não há data anunciada.
Pressionado por uma alta no contágio depois de detectar uma variante em seu próprio território, o Reino Unido registrou mais de 1.500 mortes por Covid-19 em 24 horas, maior número relatado em um único dia desde o início da pandemia. Questionado sobre a situação nos hospitais, o premiê afirmou que há 32 mil pessoas internadas, 70% acima do pico de abril do ano passado, e risco de colapso na terapia intensiva.
“Se você me perguntar quando achamos que a capacidade da UTI provavelmente será excedida, não posso dar uma previsão disso, mas tudo o que posso dizer é que o risco é muito substancial”, disse ele. No último fim de semana, autoridades médicas e de saúde do país já haviam alertado para a “batalha mais difícil da história” no serviço nacional de saúde.
Para conter a transmissão, os quatro integrantes do Reino Unido (Inglaterra, Gales, Escócia e Irlanda do Norte) decretaram um novo confinamento rigoroso, que pode estar dando alguns sinais de sucesso: o número de novos casos registrados em um dia foi de 45 mil, bem abaixo do pico recente de mais de 80 mil. O governo teme, porém, que as reuniões de Natal e fim de ano possam provocar um novo repique.
Boris disse aos parlamentares que 2,8 milhões de doses já foram administradas a 2,4 milhões de pessoas dos quatro principais grupos de risco do país (que inclui idosos e profissionais da linha de frente de tratamento da Covid-19). O Reino Unido foi a primeira nação ocidental a aprovar o uso de imunizantes, em dezembro do ano passado passado, e já tem três vacinas autorizadas (da Pfizer, da Oxford e da Moderna).
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