Prefeitura de Sorocaba pede intervenção estadual no controle da barragem de Itupararanga

 

A fim de minimizar o risco iminente de extravasamento de água pelos vertedouros da represa de Itupararanga e o consequente aumento da vazão e trasbordamento do Rio Sorocaba, prejudicando os moradores de Sorocaba e Votorantim, a Prefeitura de Sorocaba pediu a intervenção do Governo do Estado para que, por meio do Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee) e da Defesa Civil estadual, faça o monitoramento dos níveis hídricos do manancial, de hora em hora, e o controle da vazão da barragem.

O anúncio foi feito pelo prefeito Rodrigo Manga, durante entrevista coletiva à imprensa e pronunciamento oficial à população em live, na noite desta terça-feira (17), no Paço Municipal. Na ocasião, ele assinou ofício (nº 23/2023), encaminhado ao governador do Estado em Exercício, Felício Ramuth, solicitando a imediata colaboração técnica do DAEE e da Defesa Civil do Estado nesse procedimento junto à Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), que faz parte do Grupo Votorantim e que opera a barragem de Itupararanga.

“Como gestor público, temos a obrigação de agir preventivamente e alertar sobre qualquer risco que possa afetar Sorocaba ou outra cidade da região, colocando em risco o patrimônio e a população. Tomamos essa decisão, com o apoio da presidência do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Sorocaba e Médio Tietê (CBH-SMT), depois de cobrar providências à CBA, quanto à adoção de um Plano Emergencial de controle da represa”, destacou o prefeito Rodrigo Manga e presidente da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS).

A represa de Itupararanga atingiu 60% de sua capacidade total de armazenamento e, se o seu nível subir mais 1,2 metro, atingirá a cota de vertimento pelos extravasadores.  Ocorre que, há três dias, a vazão da represa, para o Rio Sorocaba, era de 4 metros cúbicos por segundo e, atualmente, está em 17 m³/s. Em contrapartida, a quantidade média de água que “entra” (vazão afluente) na represa é de 45 m³/2, nos últimos dez dias.

“O nível da represa está alto, a vazão de saída (defluente) também, assim como o nível do Rio Sorocaba, o que aumenta o risco de transbordamento, agravado pelo fato de estarmos no período de chuvas. Chegamos a solicitar à CBA que retomasse a vazão de 4 m³/s, mas não obtivemos resposta positiva”, explicou o diretor-geral do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), Tiago Suckow. Caso essa vazão, em quatro horas, o nível do Rio Sorocaba voltaria à normalidade.

O secretário de Segurança Urbana (Sesu), Alexandre Caixeiro, é o responsável pela Defesa Civil de Sorocaba e lembrou que a iniciativa do Poder Executivo é ainda mais válida, levando em consideração que a Defesa Civil do Estado divulgou, também nesta terça-feira (17), um alerta meteorológico de chuvas. Na região de Sorocaba, entre os dias 17 e 20 de janeiro, está prevista a precipitação de 100 milímetros.

“Estamos mobilizados, colocando em prática a Operação Verão. Desde o início, no dia 1 de dezembro de 2022, até o momento, somente a Defesa Civil fez 135 atendimentos. Porém, ações preventivas são fundamentais para minimizar possíveis crises, sendo que muitas foram feitas, como desassoreamento de córregos e rios, limpeza de tubulações, monitoramento de áreas e orientações para a população. Este alerta é mais uma ação preventiva”, acrescentou Caixeiro, acompanhado no Paço pelo Coordenador da Defesa Civil de Sorocaba, Rodrigo Balbinot, e o agente Ricardo Armênio, que também atua nesse setor da Sesu.

“Em janeiro do ano passado, o problema era outro: a falta de chuvas. Itupararanga chegou a 18% da capacidade e implementamos ações, como o rodízio de água, sem prejuízo e impacto à população. Atualmente, vivemos uma situação contrária e, da mesma forma, estamos buscando soluções rápidas e eficientes”, complementou o prefeito Rodrigo Manga.

 


Saae – Agência de Notícias