Prefeito de Sorocaba e presidente da RMS divulga ações preventivas integradas quanto à migração de usuários da Cracolândia da capital para o interior paulista

Prefeito de Sorocaba e presidente da RMS divulga ações preventivas integradas quanto à migração de usuários da Cracolândia da capital para o interior paulista

A partir de 10 de junho, Sorocaba terá “Barreiras Humanitárias” para identificação, abordagem social especializada e atendimento de dependentes químicos que chegam à cidade.

 

De um total de 27 municípios que integram a Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), 16 deles estiveram representados em Reunião Extraordinária do grupo, que ocorreu nesta sexta-feira (3), no sexto andar do Paço Municipal de Sorocaba, convocada pelo prefeito e presidente da RMS, Rodrigo Manga, após identificada, na cidade de Sorocaba, a chegada, nos últimos 30 dias, de mais de 60 dependentes químicos oriundos da Cracolândia, na capital paulista, dos quais setes deles somente nesta última semana.

Na ocasião, foi definido um conjunto de ações estratégicas integradas, em caráter preventivo e com o apoio do Governo do Estado, para mapear a migração de dependentes químicos da Cracolândia em São Paulo para municípios da RMS, atender àqueles que precisam de apoio social e de saúde e inibir problemas decorrentes desse fluxo. As ações têm, inclusive, respaldo de forças de segurança, que também estiveram presentes no encontro.

“Somente durante o decorrer desta reunião, ficamos sabendo que mais dois casos foram identificados em Sorocaba. Para surtir efeito, é preciso uma abordagem regional, o que é muito mais eficaz, mas depende de uma mobilização conjunta, que vamos iniciar agora”, comentou o prefeito Rodrigo Manga.

Participaram da reunião extraordinária prefeitos e representantes das cidades de: Votorantim (prefeita Fabíola Alves, vice-presidente da RMS), Tietê (prefeito Vlamir Sandei), Pilar do Sul (prefeito Marco Aurélio Soares), Jumirim (prefeito Daniel Vieira), Mairinque (prefeito Antônio Gemente), São Miguel Arcanjo (prefeito Paulo Ricardo da Silva), Salto de Pirapora (prefeito Matheus Marum), Ibiúna (prefeito Paulo Kenji Sasaki), Itu (prefeito Guilherme Gazzola), Boituva (vice-prefeita Ana Paula Sampaio), Salto (secretária de Ação Social e Cidadania, Mércia Falcini), Tatuí (secretário de Assistência e Desenvolvimento Social , Alessandro Bosso), Cerquilho (corregedor da Guarda Civil Municipal,  Roserval dos Santos), Porto Feliz (secretário de Desenvolvimento Econômico, Saulo Henrique Cândido) e Piedade (secretária de Desenvolvimento Social, Aparecida Rodrigues), além de Márcio Tomazzela, diretor da Agência Metropolitana da RMS de Sorocaba, e a coordenadora Estadual de Política Sobre Drogas, Eliana Borges. Da Polícia Civil, participaram do encontro os delegados Weldon Carlos da Costa (Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior – Deinter-7), Mauro Guimarães (Seccional de Sorocaba) e José Urban Filho (assistente da Seccional de Sorocaba), enquanto que, pela Polícia Militar, o Tenente-coronel Kléber Viera Pinto (Comandante do 14º Batalhão de Ações Especiais de Polícia – Baep), Major Fábio Santos Haro (representando o Comando de Policiamento do Interior – CPI-7) e o Major Pezzato (representando o 7º Batalhão da Polícia Militar do Interior – 7º BPMI) mais o delegado Weldon Carlos da Costa, à frente do Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior (Deinter-7). Pela Prefeitura de Sorocaba, estiveram, ainda, o vice-prefeito Fernando Martins da Costa Neto, os secretários municipais Clayton Lustosa (Cidadania – Secid), Coronel Vitor Gusmão (Segurança Urbana – Sesu), Cláudio Pompeo (Saúde – SES), Luiz Henrique Galvão (Relações Institucionais e Metropolitanas – Serim) e Fernanda Burattini (Comunicação – Secom), além do ouvidor-geral do Município, Evandro Bueno, e do Comandante da Guarda Civil Municipal (GCM), Henrique de Agrella.

“É a primeira vez que vejo uma reunião em que prefeitos estão debatendo regionalmente esse tema, não ficando restrito ao campo dos agentes técnicos. Fico feliz com isso, pois essa mobilização é fundamental para o sucesso de qualquer iniciativa”, destacou a coordenadora Estadual de Política Sobre Drogas. Durante a reunião, ela falou das operações de desmobilização na região da Cracolândia, na cidade de São Paulo, onde se registra um fluxo de que varia de 500 a 800 pessoas.

“Independentemente da migração de dependentes, esse assunto precisa ser pauta debatida permanentemente na RMS. Onde há usuários, há sempre traficantes e a droga está em todas as cidades e permeia todo tipo de criminalidade. Apoiamos essa iniciativa e vamos colaborar da forma que pudermos”, acrescentou o delegado Weldon Carlos da Costa.

 

“Barreiras Humanitárias” em Sorocaba e ações integradas

A primeira ação será a criação de um Comitê Regional, formado por profissionais técnicos do Governo do Estado e representantes de cidades da RMS, nas áreas de Cidadania, Saúde, Assistência Social e Segurança. O grupo vai definir quais estratégias são necessárias e a melhor forma de implementar políticas assistências e sociais conjuntas.

Uma das participantes será a Coordenadora Estadual de Política Sobre Drogas, Eliana Borges. “O Estado, via Programa Recomeço, vai abrir vagas de internação em unidades terapêuticas da região. Queremos fazer o cadastro dessas unidades e ajudar cada município a fazer a solicitação para atender às respectivas demandas de dependentes químicos que queiram receber tratamento”. De forma complementar, o Governo Federal sinalizou pela ampliação de 50 para 530 vagas de internação, destinadas também à RMS.

Outra ação do grupo será coordenar a realização de um censo regional na RMS, para mapeamento da chegada de pessoas em situação de rua em cada cidade e identificação da corrente migratória de dependentes químicos. “Uma cidade ajuda a outra. O pensamento é global, mas ações precisam ser locais. É preciso saber a realidade de cada uma, independentemente se já registrou, ou não, a vinda de usuários de drogas que estavam na Cracolândia”, disse a secretária de Ação Social e Cidadania de Salto.

O prefeito de Ibiúna concorda que todo tipo de iniciativa preventiva é válida, ainda mais quando se trata de dependência química e seus reflexos na sociedade. “Muitas cidades já registraram aumento do número de moradores de rua e de índices de criminalidade, outras não”, disse. “Isso é um indicativo de que é melhor agir agora, do que esperar mais 30 dias e surgirem mais 20 usuários, ou mais uns meses, e surgirem outros 100”, complementou o prefeito de São Miguel Arcanjo.

Em caráter piloto, Sorocaba realizará “Barreiras Humanitárias”, a partir do próximo dia 10 de junho, nas principais entradas da cidade e na Rodoviária, para identificar, de imediato, a chegada de dependentes químicos, proporcionar os devidos encaminhamentos assistenciais e para serviços de saúde, além de verificar possíveis envolvidos em criminalidade. “A operação será realizada por equipe da Secid, SES e GCM, cuja estratégia será definida nos próximos dias e a previsão é que a medida seja colocada em prática já em junho”, frisa o secretário da Cidadania de Sorocaba, que também vai integrar o Comitê Regional.

“Toda medida é válida, assim como a discussão do tema e a troca de ideias. Votorantim está ligada à Sorocaba e atenta a tudo o que ocorre. Um diagnóstico preciso é necessário, assim como ações conjuntas. Temos que estar atentos ao dia a dia da nossa região e evitar que a situação se complique”, mencionou a prefeita de Votorantim.

 

Programa “HumanizAção” em Sorocaba

Os casos identificados em Sorocaba, de usuários que recentemente deixaram a Cracolândia de São Paulo, foram constatados durante abordagens sociais feitas diariamente, por meio do programa municipal “HumanizAção”, que oferece acolhimento e atendimento especializado a pessoas em situação de rua.

“Todos os abordados foram atendidos pelas equipes locais de assistência social e, depois, encaminhados para unidades terapêuticas ou ao seu município de origem, se assim desejaram e foi possível. Identificamos, previamente, que cerca de 60% das pessoas em situação de rua em Sorocaba vieram de outras cidade”, explica o secretário municipal da Cidadania.

Durante a reunião da RMS, o prefeito Rodrigo Manga ainda apresentou o “HumanizAção”, que já ofereceu, ao longo de todo o ano de 2021 até o final de abril de 2022, 14.646 abordagens sociais especializadas a pessoas em situação de rua, sendo que esses atendimentos geraram 12.188 oportunidades de acolhimento no Serviço de Obras Sociais (SOS). Além disso, mais de 1.716 pessoas conseguiram retornar para os seus lares de origem, seja em Sorocaba ou em outras cidades de procedência. O retorno ao lar é providenciado pela Prefeitura, sempre nas situações em que há o desejo da pessoa e a viabilidade para que isso aconteça.


Saúde – Agência de Notícias