JULIA CHAIB
WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) – Um dos impactos gerados pelo teletrabalho, o esvaziamento de centros urbanos nos Estados Unidos, tem levado prefeitos a fazerem um apelo para o retorno das pessoas aos escritórios.
Washington DC foi um dos principais lugares atingidos por essa mudança na paisagem. Por concentrar os órgãos do poder, boa secção dos funcionários do governo federalista que estão em teletrabalho ou sistema híbrido, deixaram de ir ao meio da capital.
A prefeita da capital americana, Muriel Bowser, faz um apelo há dois anos para que o governo federalista determine a redução no índice de trabalho remoto. Democrata, leste é um paisagem em que ela se uniu a Donald Trump.
Ao tomar posse, em 2023, ela afirmou que o governo federalista era responsável por um quarto dos empregos e aluga ou detém um terço dos escritórios da capital norte-americana. Entre os funcionários federais, 35,4% trabalharam remotamente em novembro, dos quais 21,3% em sistema híbrido e 14,1% atuaram todo o tempo remotamente.
Em visitante ao Congresso neste mês, Bowser fez um exposição no qual afirmou que a cidade está com infraestrutura para que os funcionários federais voltem à jornada presencial.
“Defendemos fortemente os esforços para o retorno ao escritório dos trabalhadores federais. Sua presença é vital para a economia de Washington e oferece suporte forçoso para as pequenas empresas que foram duramente atingidas pelas políticas de trabalho remoto”, afirmou aos parlamentares.
“Sem incerteza, isso será um mercê tanto para a vitalidade da capital do nosso país quanto para o povo americano porquê um todo”, continuou.
Quem trabalha para o governo da capital precisa se transferir ao trabalho quatro dias por semana.
Segundo o jornal The Washington Post, a gestão do metrô da capital determinou que todos os funcionários retornem ao trabalho presencial a partir de julho do ano que vem. Uma das justificativas é que trabalhar presencialmente melhora a “colaboração” para ajudar em eventos de grande graduação.
A prefeitura de Boston e Novidade York, também democratas, também têm tomado medidas para ampliar o retorno ao trabalho presencial.
O professor e urbanista Carlos Ratti, que ensina técnicas urbanas no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), avalia que, apesar do impacto sobre os centros, o trabalho maleável veio para permanecer. Para ele, a solução não é estabelecer um retorno escarpado aos escritórios.
“Os níveis de ocupação talvez nunca voltem aos níveis pré-Covid”, diz. “No pequeno prazo, isso criará uma disrupção, porquê evidenciado por edifícios comerciais vazios e a queda nos valores das propriedades, também demonstrada pelo resultado de leilões recentes em Manhattan. Mas, porquê toda ruína criativa, parafraseando o grande economista do século 20, Joseph Schumpeter, isso também apresenta uma oportunidade para a inovação”, afirma.
Para ele, o repto é transformar os espaços. Eventualmente gerar ambientes de uso misto, com funções residenciais e comerciais. Ratti publicou um item no jornal New York Times neste ano com o professor Edward Glaeser, de Harvard, em que chamou essa novidade dinâmica de ambientes culturais de “a cidade playground”.
“Em vez de restaurar normas ultrapassadas, o repto é o oposto: adequar as cidades às demandas de uma força de trabalho maleável”, avalia.