(FOLHAPRESS) – Lágrimas rolaram pelo rosto de estudantes da escola estadual Thomazia Montoro, na zona oeste de São Paulo, na manhã desta terça-feira (28), durante uma vigília em homenagem à professora Elisabeth Tenreiro, 71, morta no ataque à unidade de ensino.
Uma das estudantes mais emocionadas, uma garota de 12 anos, contou que conhecia a professora desde os cinco anos e que ela estava sempre sorrindo. Ela afirmou que Elisabeth era avó de sua melhor amiga e uma pessoa muito doce.
Outra estudante, de 13 anos, afirmou que muitos alunos queriam a docente como tutora do percurso escolar, acompanhando os projetos de vida do currículo integral.
Apesar do pouco tempo de trabalho dela na unidade -Elisabeth começou a lecionar na Thomazia Montoro no início deste ano-, crianças e adolescentes foram unânimes ao dizer que a professora já havia cativado os colegas e era muito querida.
A homenagem teve início às 9h e contou com crianças e adolescentes empunhando rosas brancas enquanto policiais militares observavam a distância.
Representantes do movimento estudantil também marcaram presença. Eles enfatizavam a cada fala a importância da não violência e como a professora morreu fazendo o que mais gostava: dar aula.
“Viemos prestar solidariedade”, afirmou a presidente da Upes (União Paulista dos Estudantes Secundaristas), Luiza Martins, que reforçou a necessidade de psicólogos nas escolas.
“Existiam indicadores, mas o caso não foi tratado como devia, com psicólogo, acompanhamento”, criticou.
Presidente da Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), Jade Beatriz argumentou que o atendimento psicológico já era fundamental antes da pandemia e o impacto da Covid-19 ampliou essa necessidade.
“Não deixa de ser um problema político. A escola reflete a sociedade e vivemos a proliferação do ódio”, acrescentou Lucca Gidra, da Umes (União Municipal dos Estudantes Secundaristas).
Para os estudantes, medidas como colocar policiais militares nas escolas só iriam aumentar o contato da comunidade escolar com a violência, e a resposta para o problema está no acolhimento, com mais de um psicólogo por escola. “Precisamos de detectores de emoções, não de detectores de metal”, afirmou Gidra.
“Temos há anos uma campanha pela paz nas escolas que nunca acabou e que parece nunca ter fim porque as reivindicações não são respondidas”, criticou Martins.
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