Em meio ao novo pico da pandemia de coronavírus, a Polícia Civil acabou com uma festa clandestina com 578 jovens, entre 18 e 25 anos, na região de Capão Redondo, zona sul de São Paulo, na madrugada deste sábado, 13.
Uma denúncia anônima levou polícias e agentes de fiscalização ao estabelecimento Avalon Lounge, que fica na Estrada de Itapecerica. A maioria das pessoas não utilizava máscara de proteção, tampouco estava respeitando os protocolos de segurança, contrariando o decreto estadual.
Segundo o delegado Eduardo Brotero, do Grupo Armado de Repressão a Roubos (Garra), o organizador da balada foi levado para a unidade do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC), no Centro da capital, para prestar depoimento. Ele irá responder por crime contra a saúde pública e por não respeitar as regras da Vigilância Sanitária.
“O foco da polícia nesta ação era mais de saúde pública do que criminal, era dispersar aglomerações. Nós estávamos ali para preservar vidas de pessoas. O local era completamente fechado, sem portas e janelas. É como se não houvesse amanhã, parecia um outro mundo. É difícil de assimilar”, disse Brotero.
De acordo com a polícia, três máquinas de cartões, mil convites, um simulacro de arma de fogo tipo pistola, 27 frascos de substância aparentando ser lança-perfume, 31 papelotes e quatro eppendorfs, aparentemente, de cocaína, foram apreendidos.
Diante do aumento de casos, internações e mortes pela covid-19, o governo paulista colocou todo o Estado na fase emergencial, ainda mais restritiva do que a fase vermelha do Plano São Paulo, programa de retomada da economia e flexibilização da quarentena. A medida vale de segunda-feira, 15 de março, até o dia 30 do mesmo mês. A intenção é diminuir a ocupação de leitos de UTI e evitar o colapso do sistema de saúde.
Para coibir festas clandestinas, o governo do Estado anunciou, na última sexta-feira, 12, a criação de um Comitê de Blitze em conjunto com a Prefeitura de São Paulo para reforçar o trabalho de fiscalização e o cumprimento das restrições previstas no Plano São Paulo na capital.
O Comitê de Blitze envolve a Guarda Civil Metropolitana e aCoordenadoria da Vigilância Sanitária ( Covisa) pela Prefeitura de São Paulo. O Governo do Estado integra a força-tarefa com profissionais da Vigilância Sanitária, Procon e das Polícias Civil e Militar.
Denúncias de festas clandestinas e funcionamento irregular de serviços não-essenciais podem ser feitas pelo telefone 0800-771-3541 e também pelo site do Procon-SP ou Centro de Vigilância Sanitária.
Outras denúncias
Ao menos 17 estabelecimentos na capital foram autuados pela Vigilância Sanitária na madrugada deste sábado por descumprimento das novas normas de saúde pública. Destes, quatro foram autuados por aglomerações e funcionamento após o horário permitido. Também houve a interdição de três locais, incluindo duas festas clandestinas. As ações ocorreram nos bairros do Jaguaré, Freguesia do Ó, Alto de Pinheiros, Capão Redondo e Alto de Pinheiros.
O Procon-SP já fiscalizou 636 estabelecimentos que prestam atividade não essencial – como bares, baladas, restaurantes, lanchonetes – e autuou 100 por desrespeito às determinações do governo do Estado. As empresas infratoras são autuadas e podem ser multadas em até R$ 10,2 milhões de acordo com o Código de Defesa do Consumidor.
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