A Secretaria da Segurança Pública do Rio Grande do Sul concluiu na manhã desta segunda-feira, 23, o trabalho de retirada de corpos do sítio onde caiu um avião de pequeno porte, no núcleo de Gramado, na serra gaúcha. Dez pessoas, todas passageiras do avião, morreram. Outras duas, que sofreram queimaduras graves, foram transferidas para a capital, Porto Contente.
O acidente aconteceu na manhã do domingo, 22, por volta das 9h. O avião turboélice bimotor de pequeno porte era do empresário Luiz Claudio Galeazzi, que também pilotava a aeroplano. Além dele, sua mulher, três filhas, a sogra, outro par e duas crianças morreram.
Ao menos 17 pessoas que estavam na superfície em que o avião caiu foram levadas ao Hospital de Gramado, a maioria por ter inalado fumaça. Duas mulheres que sofreram queimaduras estão em estado grave e foram transferidas para Porto Contente.
Uma mulher de 56 anos foi levada à Unidade de Tratamento Intenso (UTI) de queimados do Hospital Pronto Socorro. Ela teve 43% do corpo queimado e tem quadro firme, de entendimento com a Secretaria Municipal de Saúde de Porto Contente.
A outra mulher, de 51 anos, está na UTI do setor de queimados do Cristo Redentor. De entendimento com o último boletim divulgado pela unidade de saúde, ela teve 30% da superfície corporal queimada com lesões de 2º e 3º graus e segue sedada, em ventilação mecânica.
Trabalho de identificação de corpos continua
O trabalho de retirada de corpos foi concluído na manhã desta segunda-feira. Agora, continua o processo de identificação das vítimas, que deve ser feito com exames de DNA e odontológicos. As informações preliminares indicam que não foi encontrada nenhuma outra vítima trágico além dos passageiros do avião.
O perito criminal Valmor Gomes, superintendente da repartição de Engenharia do Departamento de Criminalística do Instituto Universal de Perícias (IGP), relatou ao Estadão que foi um “trabalho muito difícil”. Ele afirmou que as equipes de perícia chegaram ao sítio pouco depois do acidente, mas tiveram que esperar o calor intenso diminuir. Ainda no final da tarde, havia focos pequenos de incêndio e era complicado enxergar. Eles seguiram o trabalho até a madrugada.
A equipe coletou os principais componentes da aeroplano e encaminhou as peças para estudo do Meio de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), responsável pela investigação das causas da queda. Os investigadores do Quinto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa V) ficarão a função do trabalho, de entendimento com a Força Aérea Brasileira (FAB).
O IGP deve fazer um laudo criminal com a estudo da propagação do incêndio. De entendimento com Gomes, a explosão ocorreu de forma violenta, quando a aeroplano se chocou contra uma loja de móveis. A segmento traseira do avião se preservou nos escombros.
A reportagem perguntou à Resguardo Social se houve dano estrutural a outras construções no entorno do sítio da queda, mas ainda não teve resposta.