SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A pandemia do coronavírus levou o índice de pobreza na Itália atingir um recorde. Em 2020, o país ficou com 5,6 milhões de habitantes vivendo em situação de pobreza absoluta, o que equivale a 9,4% da população -é o maior valor desde o início da série histórica, em 2005.
Os dados são de uma pesquisa publicada nesta quinta-feira (4) pelo Instituto Nacional de Estatística (Istat). No ano anterior, em 2019, a taxa era de 7,7%.
A Itália foi o primeiro país epicentro da epidemia no continente europeu e teve um confinamento restrito entre março e abril de 2020. Quase 450 mil pessoas perderam seus empregos, principalmente mulheres e jovens.
As medidas restritivas adotadas para conter a pandemia do coronavírus causaram queda recorde no consumo de toda a população, e o PIB (Produto Interno Bruto) caiu 8,9% no ano passado.
A renda mínima para calcular a pobreza na Itália varia de acordo com a região, segundo o cálculo do Istat. O instituto define o valor do “conjunto de bens e serviços considerados essenciais para uma família”, que varia de acordo com fatores como o número de integrantes de uma família, e a região onde moram.
Para uma pessoa que vive numa área metropolitana no norte, por exemplo, o valor é de 839,75 euros (R$ 5.690) por mês, enquanto que para uma outra que mora num pequeno município no sul, o valor mensal cai para 566,49 euros (R$ 3.839).
Considera-se uma família em situação de pobreza absoluta quando ela tem uma uma renda mensal inferior ao custo desses bens e serviços básicos.
O aumento da pobreza foi mais expressivo no norte da Itália, com 720 mil novas pessoas em situação de pobreza, o que representa 9,4% da população da região, ante 6,8% em 2019. Mas a região sul ainda detém a maior taxa, com 11,1% de sua população vivendo na na pobreza -em 2019, esse valor era de 10,1%.
Com exceção de famílias com apenas um integrante, todas as outras registraram alta nas taxas de pobreza, com o índice crescendo progressivamente de acordo com o número de componentes.
Em núcleos de duas pessoas, a taxa subiu de 4,3% para 5,7%; enquanto em famílias com cinco ou mais pessoas, o valor saltou de 16,2% para 20,7%.
O governo italiano anunciou nesta quinta que vai adiar as eleições municipais e regionais por cinco meses devido ao aumento de casos de novas variantes no país.
As eleições para prefeito em muitas das principais cidades da Itália –incluindo Roma, Milão, Turim e Nápoles- serão realizadas entre 15 de setembro e 15 de outubro. Elas estavam programadas para o período entre 15 de abril e 15 de junho.
Os casos de coronavírus aumentaram cerca de 25% nos primeiros quatro dias desta semana em comparação com o mesmo período da semana passada. O país já soma mais de 98 mil mortes e mais de 2 milhões de casos.
O governo ordenou na terça-feira (2) o fechamento das escolas nas áreas mais atingidas pelo vírus e estendeu as restrições já em vigor até depois do feriado da Páscoa.
No norte do país, a região da Lombardia anunciou nesta quinta que vai impor novas restrições que passam a valer a partir de sexta-feira (5). A medida inclui o fechamento de escolas e universidades -somente as creches vão funcionar.
Segundo o jornal italiano La Repubblica, o presidente da região, Attilio Fontana, publicou uma portaria que define também o fechamento de parques, quadras esportivas e limita a entrada de uma pessoa por vez nos comércios.
As taxas de ocupação em leitos de UTI são preocupantes e, se seguirem no ritmo atual, os hospitais da região podem entrar em colapso. Atualmente, na Lombardia, há 4.545 pessoas hospitalizadas e 532 em terapia intensiva.
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