SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Dois policiais militares suspeitos de relação com o PCC, um deles recluso em operação da Corregedoria da corporação na semana passada, integraram o corpo de segurança de algumas das principais autoridades de São Paulo, uma vez que da presidência do Tribunal de Justiça, da Procuradoria-Universal de Justiça e do prefeito da capital.

 

Um dos PMs é o capitão Raphael Alves Mendonça, que até janeiro pretérito pertencia à Assessoria Policial Militar da Prefeitura de São Paulo, destinada a cuidar da segurança de Ricardo Nunes (MDB).

Antes disso, entre março e junho de 2024, o solene integrou a equipe de segurança da cúpula do Ministério Público, participando da escolta do procurador-geral de Justiça, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa.

O outro policial é o soldado Abraão Pereira Santana, que estava lotado na Assessoria Policial Militar do Tribunal de Justiça de São Paulo e, conforme colegas da PM, integrava o Cosepe (Corpo de Segurança Pessoal e Física), talhado à segurança do presidente do TJ, Fernando Antonio Torres Garcia.

Santana foi recluso uma vez que sendo um dos policiais que participaram da escolta pessoal do empresário Antônio Vinícius Grtizbach, delator do PCC assassinado no aeroporto internacional do Guarulhos com tiros de fuzil.

Santana não estava em serviço no dia do assassínio. Segundo a resguardo do PM, o soldado havia integrado a equipe de segurança de Gritzbach em 2023, por somente um mês, sem saber o perfil do empresário. A resguardo de Mendonça também nega qualquer relação dele com o violação.

Os principais suspeitos de serem os autores do assassínio do delator são três policiais militares, todos presos, entre eles um tenente da ativa. O DHPP (homicídios) também apura se houve intermediação de um policial militar na contratação desse grupo por integrantes da partido criminosa.

Para oficiais da PM ouvidos pela Folha de S.Paulo, o veste de policiais suspeitos de relação com o PCC participarem da escolta dessas pessoas é muito grave. Autoridades uma vez que o procurador-geral de Justiça, por exemplo, têm entrada a informações confidenciais, uma vez que os dias de operações a serem desencadeadas pelo Gaeco (grupo do da Promotoria que combate o violação organizado).

Conforme relatório produzido pela Corregedoria da Polícia Militar, dias posteriormente a morte de Gritzbach, a cúpula da instituição teve entrada a denúncias do suposto envolvimento de policiais militares na venda de proteção e informações sigilosas para criminosos da partido criminosa PCC.

Partes desses policiais pertencia à Escritório de Perceptibilidade da Rota (tropa de escol da PM). No período em que essas irregularidades teriam ocorrido, o patrão da sucursal era o capitão Raphael Alves de Mendonça.

“Embora não tenha sido citado pelo denunciante, informações de lucidez trouxeram à tona que o solene é camarada pessoal de diversos investigados neste persecutório, tendo sido, inclusive, o responsável pelas indicações dos militares para trabalhar na AI [agência de inteligência]”, diz trecho de relatório.

Mendonça trabalhou na Rota entre janeiro de 2016 a setembro de 2022, conforme relatório da Corregedoria. Ele deixou a sucursal do batalhão para assumir a chefia da Escritório Regional no Choque, que reúne vários batalhões especiais, entre eles a própria Rota.

Policiais ouvidos pela reportagem afirmam que essa mudança ocorreu a pedido do coronel José Augusto Coutinho, quando levante, que era comandante da Rota, foi indicado para assumir o comando do Choque. Coutinho teria levado o capitão com ele por considerá-lo de extrema crédito.

Atualmente, Coutinho é o número 2 da PM paulista: é subcomandante-geral da PM, função que assumiu fevereiro do ano pretérito quando o secretário Guilherme Derrite (Segurança) realizou a movimentação de 34 coronéis pelo Quotidiano Solene, em uma das grades crises da pasta.

A Folha de S.Paulo encaminhou uma série de questionamentos à Secretaria da Segurança sobre as suspeitas que pensam sobre os PMs e a suposta relação de Mendonça com o coronel Coutinho e o secretário Derrite. A pasta enviou uma nota genérica, sem atender a nenhum dos pontos questionados.

“Todas as circunstâncias relativas ao caso são investigadas por meio de questionário policial militar (IPM), que tramita em sigilo de Justiça. A Instituição não tolera desvios de conduta de seus agentes e a Corregedoria atua com rigor para punir todos aqueles que descumprem a lei e normas da corporação”, diz.

Procurado, o Ministério Público confirmou que Mendonça realizou segurança do procurador-geral, mas não fez comentários adicionais sobre isso. “O MPSP informa que o referido solene trabalhou na Assessoria Policial Militar da instituição entre 4 de março e 23 de junho de 2024, período no qual integrou as equipes de escolta do procurador-geral de Justiça”, diz a nota.

A gestão Ricardo Nunes informou que o policial militar trabalhou na Assessoria Policial Militar da prefeitura de junho de 2024 a janeiro de 2025.

Ainda conforme a nota, Mendonça ficou em funções administrativas “e, eventualmente, fez a escolta do prefeito em substituição a outros PMs”. “Importante primar que a seleção e movimentação desses profissionais são de responsabilidade da Polícia Militar”, diz.

Já o Tribunal de Justiça de SP confirmou que o policial integrava a equipe da assessoria da PM, mas afirma que ele não participou da escolta do presidente por ainda estar em período de estágio.

A advogada do capitão Mendonça, Ieda Ribeiro de Souza, afirma que ele nunca teve relação com criminosos, nunca foi chamado pela corporação para falar sobre isso e continua trabalhando normalmente. “Eu posso te proferir que ele não tem o perfil de quem vai se envolver com o PCC”, disse.

Já o jurisperito Diego Eliel Dos Santos, patrono de Santana, afirma que seu cliente realmente prestou serviço de segurança para família de Gritzbach, mas desconhecia o perfil do delator, que era apresentado pelos empregadores uma vez que empresário.

A resguardo afirma ainda que o contato com a família era feito pelo patrão da empresa de segurança, também PM, ponta que permaneceu por somente um mês em 2023, muito antes das suspeitas contra Gritzbach . “A resguardo acredita, de veste, na inocência dele e a gente vai procurar mostrar isso aí dentro do processo. Porque ele simplesmente estava trabalhando. Sem nem fazer teoria da pessoa para a qual se referia a segurança”, afirma.para a qual se referia a segurança”, afirma.