SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Parlamento Europeu condenou nesta quinta-feira (19) os ataques golpistas às sedes dos Três Poderes, em Brasília, realizados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro em 8 de janeiro.
Em resolução aprovada por 319 votos, representantes da União Europeia (UE) manifestaram solidariedade com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e com as instituições brasileiras. O texto foi rejeitado por 46 parlamentares; outros 74 se abstiveram.
Os eurodeputados parabenizam os esforços para “garantir uma investigação rápida e imparcial” para identificar e processar os envolvidos. A resolução traz ainda um elogio à atuação do STF (Supremo Tribunal Federal) ao aprovar que Bolsonaro fosse incluído no inquérito que apura a instigação e autoria intelectual dos ataques.
O texto, proposto pela eurodeputada alemã Anna Cavazzini, vice-diretora da delegação do Parlamento para o Brasil, diz que eventos como o de Brasília, além da invasão do Capitólio nos EUA e a prisão de extremistas que planejavam um golpe de Estado na Alemanha, estão ligados a um fascismo transnacional, ao racismo e ao extremismo.
Os eurodeputados ainda defenderam que é importante regulamentar plataformas online para evitar a proliferação de desinformação e de discursos de ódio nas redes. “Estou particularmente preocupada com o papel que as redes sociais tiveram na promoção de uma retórica agressiva e falsa sobre fraude nas eleições de outubro”, disse Cavazzini em um comunicado anterior à resolução.
“O Parlamento Europeu apoio os esforços para uma vasta investigação em todos os níveis para jogar luz nas omissões de instituições do Estado que falharam em prevenir os ataques”, seguiu a alemã.
Líderes da UE já haviam se manifestando contra as cenas em Brasília logo após o episódio, como o francês Emmanuel Macron, que ofereceu ajuda a Lula e disse que a vontade do povo brasileiro e das instituições democráticas deve ser respeitada.
Sob Bolsonaro, as relações diplomáticas do Brasil com o bloco europeu foram fragilizadas, em especial devido ao avanço do desmatamento e das recorrentes liberações para a prática da mineração ilegal em áreas de preservação e de povos indígenas no país.
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