(FOLHAPRESS) – Executivos brasileiros ouvidos pela reportagem em Davos consideraram relativamente positivo o oração de Donald Trump para o Fórum Econômico Mundial: embora não tenha tirado da mesa a ameaço de enaltecer tarifas comerciais, tampouco subiu o tom, e ainda amenizou as referências a China, dizendo que é verosímil trabalhar junto com a potência asiática.
Para Roberto Azevêdo, presidente de operações internacionais da Ambipar e ex-diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Negócio), não houve grandes diferenças em relação ao que o americano vinha falando desde que tomou posse, na segunda (20), ou mesmo na campanha.
Mas Azevêdo classificou uma vez que positiva a mudança de tom de Trump em relação à China, ao declarar que quer encontrar uma maneira de se relacionar com o país e que ele e Xi Jinping, o dirigente chinês, têm afinidade.
O risco de uma guerra mercantil entre China e EUA foi um dos temores alimentados ao longo da semana por empresários e banqueiros.
Outro sobranceiro executivo brasiliano que participa do Fórum mas pediu para comentar sem ter seu nome publicado apontou que não houve arroubos no oração de Trump, mas tampouco as dúvidas foram sanadas. Para ele, é preciso esperar para ver quais promessas e ameaças serão concretizadas.
Para esse executivo, a mensagem do americano sobre trabalhar com Pequim também foi positiva, assim uma vez que a teoria de que a China poderia ajudar na solução da guerra entre Rússia e Ucrânia, o que desfez sua percepção de que a relação geopolítica entre os dois países poderia se tornar mais tensa.
Mesmo as críticas à Europa, bastante diretas mas nem tão incisivas (Trump se queixou de que seu país tem sido tratado de forma injusta pelos europeus, sobretudo no que diz saudação à regulamentação das grandes empresas de tecnologia na região), foram consideradas amenas pelos executivos.
Outro ponto nevrálgico para a plateia em Davos, as políticas ambientais e energéticas, também não alteraram a percepção do oração trumpista. Erasmo Battistella, CEO da empresa de biocombustíveis e virilidade renovável Be8, afirma não ver um ônus de Trump para seu setor, apesar de o americano ter desmantelado o programa de incentivos à economia virente nos EUA.
“O trem da transição energética partiu da estação faz muitos anos e ele ora acelera mais e ora diminui a velocidade, mas não para e não vai parar”, disse Battistella, nome recorrente no Fórum nos últimos anos.
“[Aqui] senti países comprometidos, senti empresas comprometidas. Porque, no final do dia, os governos criam as políticas públicas e nós, sociedade social, vamos implementar.”
Battistella considerou positivo o vestimenta de Trump ter terminado com o incentivo à produção e à compra de carros elétricos implementado por seu predecessor, Joe Biden. “Se nós efetivamente queremos fazer uma transição energética justa e sustentável sobre o tema ambiental, econômico, e precisa cuidar da economia e social, os três pilares da sustentabilidade, nós não podemos priorizar uma ou outra espaço”, afirmou.
Os três executivos também notaram, no oração de Trump, uma preocupação em dirimir a teoria de que sua plataforma possa cevar a inflação, sobretudo com a implementação de tarifas.
Um dos pontos que assinalam é o vestimenta de ele reportar a queda dos preços do petróleo no mercado internacional, resultante direta de sua promessa de investir no combustível fóssil, e manifestar que a partir disso poderá exigir uma queda de juros ao Federalista Reserve, o banco meão americano.
Outro foi o zelo em não reportar alíquotas nem países que eventualmente seriam sobretaxados.
Boa segmento da campanha do Trump surfou na promessa de melhorar a economia no bolso do consumidor, posteriormente o americano médio, sob Biden, sentir a subida dos preços. Os riscos fiscais implicados em suas promessas, e seu potencial inflacionário, foram tema recorrente entre os economistas e banqueiros em Davos, o que poderia levar a uma desilusão do eleitorado trumpista.
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