SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O papa Francisco condenou as medidas contra migrantes que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem empreendido em uma incomum missiva oportunidade enviada nesta terça-feira (11) aos bispos católicos americanos.

 

“Tenho escoltado com atenção a importante crise que está ocorrendo nos EUA devido ao início de um programa de deportações em tamanho”, escreveu o papa na missiva. O pontífice, que anteriormente já havia chamado de vergonhoso os planos do republicano em relação ao tema, disse que é falso assumir que todos os migrantes em situação irregular são criminosos.

“Exorto todos os fiéis da Igreja Católica (…) a não ceder a narrativas que discriminam e causam sofrimento desnecessário aos nossos irmãos e irmãs migrantes e refugiados”, disse o pontífice. “O que é construído com base na força, e não na verdade sobre a igual distinção de todo ser humano, começa mal e terminará mal.”

O jesuíta vem defendendo repetidamente os direitos dos migrantes em seus quase 12 anos adiante da Igreja Católica. Em 2016, por exemplo, quando Trump ganhou as eleições para a Presidência dos EUA pela primeira vez, Francisco afirmou que o republicano não era cristão em suas opiniões sobre imigração.

No documento publicado nesta terça pelo Vaticano, o papa reconhece “o recta de uma país se proteger e manter suas comunidades seguras daqueles que cometeram crimes violentos ou graves enquanto estão no país ou antes de chegar”.

Mas ao mesmo tempo, adverte que o “ato de deportar pessoas que em muitos casos deixaram sua própria terreno por motivos de extrema pobreza, instabilidade, exploração, perseguição ou pelo grave deterioro do meio envolvente fere a distinção de muitos homens e mulheres, de famílias inteiras”.

“Esta questão não é menor: um verdadeiro Estado de Recta se verifica precisamente no tratamento digno que todas as pessoas merecem, principalmente os mais pobres e marginalizados”, escreveu o papa. “Isso não impede a promoção da maturação de uma política que regule a transmigração de forma ordenada e legítimo. No entanto, a mencionada ‘maturação’ não pode ser construída por meio do privilégio de uns e do sacrifício de outros.”

Posteriormente voltar ao poder, Trump emitiu uma série de ações executivas para redirecionar recursos militares ao esforço de deportação em tamanho e autorizou os agentes de imigração dos EUA a fazerem mais prisões, incluindo em escolas, igrejas e hospitais.

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