O Palmeiras entra em campo nesta quinta-feira, às 21h30, em busca de sua terceira final de Libertadores em quatro temporadas. Diante do Boca Juniors, a equipe alviverde precisa superar o retrospecto negativo diante dos argentinos e a desconfiança pela falta de qualidade do ataque nas últimas semanas. Na ida, o duelo terminou empatado sem gols. Uma nova igualdade leva a disputa para os pênaltis no Allianz Parque. Quem vencer estará na decisão, no Maracanã, no dia 4 de novembro.
O torcedor do Palmeiras está preocupado com a queda de desempenho do setor ofensivo. No mês de setembro, o clube alviverde marcou um único gol, com Breno Lopes. Neste mês, Endrick já foi às redes, mas não foi o suficiente para os reservas suportarem o Red Bull Bragantino pelo Brasileirão. No mata-mata desta edição da Libertadores, os comandados de Abel Ferreira empataram os dois jogos em casa por 0 a 0, diante de Atlético-MG e Deportivo Pereira. Em ambos, o resultado como visitante garantiu a classificação.
O Boca Juniors também não é muito afeito a gols. Nas últimas nove partidas em disputas de mata-mata na Libertadores, o conjunto xeneize empatou todos, sendo oito em 0 a 0. A equipe de Buenos Aires aposta no goleiro Sergio Romero como fator de desequilíbrio nas cobranças de pênaltis. Especialista em defender cobranças, o experiente arqueiro se saiu bem em dez das últimas 19 batidas de penalidades contra a meta do Boca.
O Palmeiras tem um ataque mais produtivo do que o do Boca na Libertadores. São 16 gols anotados ante 11 dos argentinos. Na defesa, o cenário é diferente, enquanto a equipe de Buenos Aires sofreu quatro gols, o time alviverde levou seis. Se a retaguarda vai bem, cabe a Abel encontrar alternativas para ver os atacantes voltarem a brilhar.
Desde a lesão de Dudu, Abel testou diferentes formações táticas, mas tem insistido nos mesmos nomes, tendo Mayke como substituto do camisa 7. O lateral já jogou improvisado na ponta-direita, função que faz há anos, mas não resolveu, depois foi posicionado mais recuado, como ala. Artur, canhoto e que originalmente atua na direita, foi remanejado para o lado destro e pouco ajudou. Na Bombonera, retornou para a direita, mas falhou no principal lance de gol.
“Estamos há três anos chegando às semifinais. Posso falar em cima da nossa experiência. É um jogo decisivo, em nossa casa e que terá uma história que só vamos conhecer no fim. Nós vamos nos preparar para ela. Todo o resto é o se, se, se… Não vivemos com o se, vivemos com fatos e com a realidade”, afirmou Abel.
A tendência é que Abel mantenha os mesmos titulares do jogo de ida e altere questões táticas. Após o jogo na Argentina, o português repetiu que em jogos dessa dimensão é importante surpreender o adversário. Resta saber qual estratagema o treinador está planejando para esta quinta. Pela parte do Boca, a preocupação está relacionada ao grama sintético do Allianz Parque.
Diferentemente de Abel, que conta com enorme prestígio junto à torcida e diretoria, Jorge Almirón, comandante do Boca, é bastante questionado e pode ser demitido em caso de eliminação. Apesar de não produzirem o que se espera ofensivamente, os argentinos contam com Edinson Cavani, Miguel Merentiel e Dario Benedetto. O Palmeiras também deve ficar atento ao jovem Valentín Barco, de 19 anos.
A seu favor, o Boca também tem o retrospecto em duelos eliminatórios contra o Palmeiras. Os argentinos levaram a melhor nos três encontros até aqui. Em 2000, ficaram com o título na final da Libertadores. No Continental do ano seguinte, superaram os palmeirenses na semifinal. Na mesma etapa, em 2018, derrubaram novamente o time alviverde.