A eliminação da Copa do Brasil pelo segundo ano seguido para o São Paulo, o declínio técnico dos atletas e a série de quatro jogos sem vencer no Campeonato Brasileiro não vão fazer o Palmeiras alterar seu planejamento para o restante da temporada. A projeção é do diretor de futebol, Anderson Barros, que rompeu a “lei do silêncio” adotada pelo clube.
“Nos temos consciência do que fazemos, não à toa estamos onde estamos, disputando todas as competições”, argumentou o dirigente. Para o diretor, “trabalhar” é o que precisa ser feito para que a equipe corrija os erros e volte a vencer. Ele não soube explicar as razões do enfraquecimento da equipe, que acumulado apresentações e resultados ruins.
“Precisamos trabalhar mais e mais, como fazemos todos os dias, precisamos encontrar a razão dessa série ruim depois da Data Fifa”, afirmou, antes de enaltecer o plantel. “Essa equipe que temos é extremamente competitiva, comissão é excepcional”. Restam duas competições em disputa: Brasileirão, no qual a equipe vive série de tropeços, e a Libertadores – nas oitavas, enfrentará o Atlético Mineiro.
Abel Ferreira e os atletas continuaram em silêncio. Barros foi o único a falar com a imprensa e só o fez, segundo o diretor, porque a equipe foi eliminada. Caso se classificasse, ninguém falaria. Na visão do dirigente, o clube não está calado porque tem se comunicado com os seus torcedores e as instituições.
“O Palmeiras nunca silenciou. Sempre se posicionou e vai continuar assim, para o seu torcedor e para as instituições. Não estamos falando apenas para blindar o elenco, como a presidente colocou. O Palmeiras não se cala, ele briga por si e pelo futebol”, sustentou o cartola, sem saber dizer até quando ficarão com a boca fechada comissão técnica e atletas. “Vamos discutir, sim, e entender qual será a melhor decisão a ser tomada”.
Ele entende que manter a comissão técnica e os jogadores calados é benéfico para o futebol brasileiro, mas não soube explicar como o futebol ganha com tal postura. “O que nós buscamos o tempo todo é o melhor futebol possível, sabemos o quanto o futebol é movimentado, então não podemos ficar discutindo a todo instante”, disse.
Por quase meia hora, Barros tergiversou e se aprofundou pouco nas questões abordadas. Repetiu várias vezes que o clube seguirá o planejamento traçado no início do ano e que não haverá correção de rota no meio da temporada, sinalizando que a diretoria não deixará a austeridade financeira de lado para reforçar o elenco. Ele admitiu apenas o que já era público: que a diretoria busca um volante para repor a saída de Danilo, que deixou o clube em janeiro.
“Hoje buscamos um camisa 5, temos encontrado dificuldade”, avisou. “Quando nosso setor de análise de mercado define, há uma série de variáveis, e nós buscamos. O clube nos cobra uma responsabilidade. Precisamos ter uma responsabilidade com aquilo que acreditamos ser o melhor para o Palmeiras”, repetiu o cartola carioca.
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