O País alcançou uma taxa de informalidade de 39,5% no mercado de trabalho no trimestre até dezembro de 2020, com 34,029 milhões de trabalhadores atuando na informalidade, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), apurada pelo Instituto Brasileiro de Economia e Estatística (IBGE).
Em apenas um trimestre, mais 2,391 milhões de pessoas passaram a atuar como trabalhadores informais. No entanto, o contingente de informais ainda é 4,706 milhões inferior ao de dezembro de 2019.
“Não está havendo melhora. É perda de ocupação propriamente dita e não transição na forma de ocupação no mercado de trabalho”, ressaltou Adriana Beringuy, analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.
A crise afetou de forma muito mais excessiva o mercado de trabalho informal, apontou Cimar Azeredo, diretor adjunto de Pesquisas do IBGE.
O pesquisador lembra que houve redução importante no total de vagas com carteira assinada no setor privado, mas os primeiros trabalhadores a ficarem sem ocupação eram os que atuavam na informalidade, prejudicados pela pandemia do novo coronavírus e as precauções necessárias para conter a disseminação da covid-19.
“Essa crise é uma tempestade, que acaba colocando para fora, ao contrário das outras crises, a informalidade. Agora estamos vendo o retorno da informalidade com reabertura de praia, das ruas”, disse Azeredo. “A gente está saindo de uma tempestade em termos de mercado de trabalho, a pandemia ainda esta lá”, esclareceu.
Segundo ele, passado o pior momento da crise, a recomposição do emprego perdido costuma ocorrer primeiro através de postos informais, mas depois também há resgate do trabalho com carteira assinada.
“A formalização está acontecendo, a recomposição de postos com carteira está acontecendo”, disse ele. “Essa informalidade já existia, ela retomando o espaço dela, e pode tomar um espaço ainda maior por conta da tempestade. Muita gente que perdeu emprego com carteira vai tentar se recolocar no mercado de trabalho”, completou.
Subocupação por insuficiência de horas
De acordo com o IBGE, a taxa de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas ficou em 7,9% no trimestre até dezembro de 2020, ante 7,5% no trimestre até setembro.
Em todo o Brasil, há 6,790 milhões de trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas. O indicador inclui as pessoas ocupadas com uma jornada inferior a 40 horas semanais que gostariam de trabalhar por um período maior.
Na passagem do trimestre até setembro para o trimestre até dezembro, houve um aumento de 580 mil pessoas na população nessa condição. O País tem apenas mil pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas a menos em um ano.
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