O empresário e cantor Vagner Borges Dias, o Latrell Brito, pagodeiro ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC), foi recluso nesta segunda-feira, 27, na praia de Arembepe, no litoral da Bahia. Ele estava homiziado há nove meses.

 

Latrell vinha usando documentos falsos para fugir da polícia. Havia três mandados de prisão preventiva em franco contra ele.

O pagodeiro é assinalado uma vez que superintendente do esquema montado pelo PCC para fraudar licitações e lavar verba do tráfico de drogas por meio de contratos públicos com diversas prefeituras de São Paulo. Ele era o “gestor” de uma rede de empresas usadas pela partido para disputar licitações em conluio com agentes públicos suspeitos de depravação.

O esquema veio a público em abril de 2024, quando o Grupo de Atuação Próprio de Repressão ao Violação Organizado (Geaco), braço do Ministério Público de São Paulo, deflagrou a Operação Munditia. O empresário fugiu minutos antes da batida na mansão dele.

O cantor ostentava nas redes sociais – onde tem perfil certificado e quase 1 milhão de seguidores – uma vida de empresário de sucesso. Festas, viagens e uma rotina de cume padrão. Fora da internet, fazia lobby junto a políticos e pregoeiros, pagava propinas a servidores e políticos e combinava propostas para simular competição pelos contratos, segundo a investigação.

Latrell foi uma espécie de pivô da Operação Munditia. Depois que a Justiça autorizou a quebra do seu sigilo de mensagem, o Ministério Público teve entrada a diálogos, em áudio e texto, sobre entrega de propinas, disputas do PCC e o esquema de fraude a licitações.

Os promotores também encontraram dezenas de registros de armas e de malotes de verba. Em um vídeo, ele filma armas estocadas em um cofre e pergunta: “Quer que resolva com esses dois brinquedos? Dois, não, tem mais um cá, mais um, três, três brinquedinhos.”

Em outro diálogo, chega a se vangloriar por caminhar armado. O pagodeiro fotografa uma viatura da Polícia Social e afirma: “Gostoso, viatura na sua frente, arma no console.”

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