As medidas que estão sendo adotadas pelo governo federal e órgãos ligados ao setor elétrico vão garantir o abastecimento de energia neste ano, reafirmou o Operador Nacional do Sistema Elétrica (ONS), em comunicado publicado na sexta-feira, 4. A declaração vem após publicação de uma nota técnica em que o Operador reconhece que o País enfrenta a pior crise hidrológica desde 1930, com situação crítica nos principais reservatórios de usinas hidrelétricas, mas descarta a possibilidade de um racionamento.
No comunicado, o ONS ressalta as determinações para restringir o uso das águas para outras atividades nas bacias São Francisco e Paraná – como para turismo, pesca e manutenção do funcionamento de hidrovias, por exemplo. Em contrapartida, para manter o abastecimento de energia, o operador sugere o aumento do uso de termelétricas, garantia de combustíveis para essas usinas e a importação de energia da Argentina e Uruguai.
“Nos últimos sete anos os reservatórios das hidrelétricas receberam um volume de água inferior à média histórica. É neste contexto que todos os esforços estão sendo envidados, com transparência e informação à população, para que o País atravesse a crise hídrica sem problemas no fornecimento de energia, que como dito anteriormente, está garantido este ano”, informa o órgão.
Para enfrentar a seca neste ano, o ONS sugere liberar mais vazão do reservatório de Furnas e Mascarenha de Moraes, que estão com níveis mais altos, poupar água nas demais hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste do País, que apresentam níveis mais críticos, e acionar todas as termelétricas entre junho e novembro deste ano.
O plano traçado pelo ONS indica que se a operação for mantida sem as alterações propostas pelo ONS, haverá “perda do controle hidráulico de reservatórios da bacia do Rio Paraná” no segundo semestre. Isso significa que as usinas teriam de operar como se não tivessem reservatórios, a fio d’água, dependendo de chuvas para manter o funcionamento, arriscando inclusive paralisações.
O ONS afirma que as ações propostas consideram um cenário hipotético em que há risco de déficit de energia. Isso aconteceria caso as chuvas não sejam retomadas no fim de setembro e início de outubro, como normalmente acontece, e voltem a cair apenas em novembro – algo que pode não se concretizar. As ações a serem tomadas de forma preventiva visam justamente evitar essa ameaça.
“Sendo assim, diversas medidas foram aprovadas pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) e já estão em curso, o que faz com que esse cenário não se concretize e se garanta o fornecimento de energia e potência em 2021”, diz o comunicado, ressaltando que a situação vem sendo monitorada e enfrentada desde outubro.
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