Um estudo conjunto da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da China sobre a origem do SARS-CoV-2 sugere que a transmissão do vírus de morcegos para outro animal, e desse animal para os seres humanos é o cenário mais provável, indica um rascunho do relatório sobre a investigação realizada na China que a OMS deverá publicar nos próximos dias e ao qual a Associated Press teve acesso.
O rascunho do relatório considera ainda que a possibilidade do novo coronavírus ter escapado de um laboratório é “extremamente improvável”.
As descobertas da equipa de especialistas da OMS que esteve em Wuhan entre meados de janeiro e meados de fevereiro vão ao encontro do esperado, e deixam muitas perguntas sem resposta.
Os especialistas propõem que sejam realizadas mais investigações em todas as áreas e hipóteses, excluindo a da fuga do SARS-CoV-2 de um laboratório.
Os peritos da OMS também analisaram o vírus que mais se aproxima do SARS-CoV-2 e que pode ser encontrado nos morcegos. No entanto, o relatório afirma que “a distância evolucionária entre esses vírus nos morcegos e o SARS-CoV-2 foi estimada em várias décadas, o que sugere um elo em falta”.
O documento é inconclusivo relativamente à possibilidade de o mercado de marisco Wuhan ter sido o ponto de origem do surto do novo coronavírus. A descoberta de outros casos antes do surto neste mercado indica que pode ter começado noutro local. O rascunho do relatório destaca que podem ter existido casos com sintomas mais ligeiros que não foram detetados e que podem representar uma ligação entre o mercado e infeções anteriores.
“Não há uma conclusão segura sobre o papel do mercado de Huanan na origem do surto, ou sobre como a infeção foi introduzida no mercado”, sublinha o relatório da OMS.
Os especialistas da organização das Nações Unidas admitem ser possível o cenário de propagação do vírus através de uma cadeia de produtos congelados, mas frisaram que essa hipótese não é provável.
Este rascunho a que a AP teve acesso aparenta ser uma versão quase final, embora ainda seja possível que o relatório sofra alterações.
A divulgação do relatório da investigação conjunta dos especialistas da OMS e dos peritos do governo chinês tem sido sucessivamente adiada.
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