SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O prefeito Ricardo Nunes (MDB) anunciou nesta quinta-feira (26) o aumento da tarifa de ônibus na capital paulista para R$ 5. O reajuste de 13,6% ocorre posteriormente subida recorde dos valores pagos uma vez que subvenção às empresas de ônibus e vale a partir da 0h de 6 de janeiro, primeira segunda-feira de 2025.
O último reajuste do transporte público municipal ocorreu em janeiro de 2020, quando a passagem foi de R$ 4,30 para R$ 4,40. No período, a inflação foi de 32%.
Em 2024, a municipalidade repassou R$ 6,7 bilhões às viações uma vez que indemnização tarifária. O valor é 14,5% a mais do que o registrado no ano anterior -o maior aumento desde o termo da pandemia, quando as restrições sociais esvaziaram o transporte público.
Na capital paulista, a prefeitura subsidia segmento do transporte público e o percentual é calculado de harmonia com o número de passageiros, o tamanho da frota, entre outros.
Os repasses representaram 58,7% do dispêndio totalidade do sistema neste ano -R$ 11,4 bilhões. O restante -R$ 4,6 bilhões- foi arrecadado via passagens pagas pelos usuários. O montante pago é o mais ordinário desde 2021, quando os passageiros voltaram a usar os ônibus na retomada pós-pandemia.
O orçamento da cidade vai destinar R$ 6,5 bilhões ao subvenção das empresas de ônibus ao longo de 2025. Para 2024, foram previstos R$ 5,6 bilhões e o ano fechou 19,6% supra do previsto, com R$ 6,7 bilhões gastos com essa despesa.
Segundo estudo publicado em abril, o salto no repasse ao longo de 2024 foi impulsionado pela tarifa zero aos domingos nos ônibus da capital, anunciada por Nunes no termo do ano pretérito. A prefeitura afirmou que a conta do subvenção inclui também a subida do combustível, mão de obra e manutenção da frota.
A gratuidade aos domingos começou a valer em 17 de dezembro de 2023 e levou a municipalidade a remunerar R$ 10 milhões a mais por mês -R$ 2,5 milhões a cada domingo- às empresas de ônibus pelo aumento de 20% da demanda de passageiros.
Na ocasião, prestes a inaugurar 2024, Nunes se preparava para disputar a reeleição uma vez que prefeito, da qual saiu vencedor com 59,35% dos votos no segundo vez. Naquele mês, o governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou o aumento das tarifas de metrô e da CPTM, mas a gestão Nunes disse que manteria o valor dos ônibus inalterado e que “mantinha o esforço em incentivar o transporte coletivo”.
Neste ano, a gratuidade no sistema atingiu o maior percentual desde 2019 e representou 28% das transferências -50% foram passagens pagas e 22%, integração entre ônibus sem acréscimo tarifário. Além das viagens sem dispêndio aos domingos, a gratuidade é estendida a passageiros supra de 65 anos, estudantes, pessoas com deficiências, entre outros.
Em relação a 2023, o percentual de viagens gratuitas subiu de 22% para 28%, segundo cálculos da SPTrans. Em relação a 2019, na pré-pandemia, a subida foi de 5 pontos percentuais (23% para 28%).
Em nota, a gestão Nunes disse que a novidade tarifa corresponde ao menor valor entre as opções apresentadas por técnicos da SPTrans (São Paulo Transportes) em reunião do CMTT (Juízo Municipal de Trânsito e Transporte) na manhã desta quinta para discutir o reajuste da passagem. Se fosse atualizada pela inflação no período, a tarifa seria de R$ 5,84, segundo a gestão.
Ao referir a subida do dólar e a projeção de aumento da inflação no país, o prefeito reeleito sinalizou a chance de aumento da tarifa em suas últimas agendas do ano. ” O terror hoje, qual é? É explodir a inflação e a gente colapsar o sistema de transporte”, disse posteriormente a cerimônia de diplomação no último dia 19.
“Se a economia tivesse melhor e não tivesse risco de [aumento da] inflação, eu poderia até desancar o martelo cá que não teria aumento de tarifa, mas, com esse cenário tão ruim, a gente precisa ter uma solução para evitar o risco de tirar verba da instrução, da habitação para levar para o transporte”, disse na semana anterior ao reajuste.
O valor da novidade tarifa foi criticado por conselheiros do CMTT. Segundo Rafael Calabria, do Idec (Instituto de Resguardo do Consumidor), a passagem ficou mais faceta apesar da redução das viagens e do tamanho da frota. “Isso é resultado de um problema grave na fórmula de remuneração das empresas que ainda paga por passageiro, gerando um aumento sintético do dispêndio totalidade do serviço”, diz.
Segundo a prefeitura, a remuneração não é mais feita por passageiros desde 2019, e o subvenção é calculado considerando diversos itens do serviço.
Os usuários do sistema de transporte têm até o dia 5 de janeiro para recargar o Bilhete Único com o valor ainda não reajustado.
O novo valor da tarifa só será debitado do cartão de transporte a partir de recargas feitas na categoria Geral posteriormente a data do reajuste. Até concluir o saldo pago em 2024, serão debitados R$ 4,40 ao passar pelas catracas. O saldo com a tarifa antiga expira em até 180 dias.
ONDE RECARREGAR O CARTÃO DE TRANSPORTE
As recargas poderão ser feitas em totens nas estações de metrô e da CPTM. As máquinas aceitam pagamento em verba e cartão de débito.
Outra opção é utilizar a internet. A página da SPTrans disponibiliza aplicativos para esta finalidade.
EVOLUÇÃO DO REAJUSTE DA TARIFA EM SÃO PAULO
2012
R$ 3,00
2013
Não houve. O logo prefeito Fernando Haddad (PT) e o logo governador Geraldo Alckmin (PSDB) recuaram e cancelaram o aumento para R$ 3,20 posteriormente os protestos de junho
2014
Não houve
2015
R$ 3,50
2016
R$ 3,80
2017
Somente a tarifa integrada com o metrô e a CPTM foi reajustada. Em seu primeiro ano de procuração, o logo prefeito João Doria (PSDB) havia prometido não aumentar a tarifa dos ônibus em 2017
2018
R$ 4,00
2019
R$ 4,30
2020
R$ 4,40
2024
R$ 5