(FOLHAPRESS) – Presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, que também e secretário de Governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) em São Paulo, disse nesta quinta-feira (1º) não ver problemas na divisão da direita para as eleições presidenciais do ano que vem.
A afirmação foi feita em visita à Agrishow, principal feira agrícola do país, realizada em Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) e que já recebeu desde domingo (27) cinco governadores. O último deles foi Tarcísio, que em um aceno ao agronegócio anunciou um pacote de investimentos para o setor que totaliza R$ 600 milhões.
Kassab afirmou acreditar que, se o governador de São Paulo quisesse ser candidato à Presidência da República, a centro-direita não lançaria nenhum outro nome. Sem ele, poderá haver uma pulverização de candidatos no espectro político.
“O que eu percebo é que o governador Tarcisio está disposto a continuar o seu trabalho no estado de São Paulo. Até porque se ele fosse candidato, eu acredito que a centro-direita não lançaria ninguém, ele seria candidato único. Ele não sendo candidato, eu percebo uma movimentação em todos os partidos de centro-direita para cada um lançar o seu candidato. Nenhum problema, porque no segundo turno todos se encontram”, afirmou.
De acordo com ele, sem a presença de Tarcísio na disputa, a tendência é de que as legendas apresentem vários nomes para a disputa.
Hoje inelegível, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também já deu declarações falando em união da direita em um eventual segundo turno em 2026. Disse, no mês passado, que não vai criticar candidatos desse campo político.
O PSD, apesar de ser aliado do bolsonarismo em São Paulo, também tem cargos no governo Lula (PT): ocupa hoje as pastas da Agricultura, Minas e Energia e da Pesca. Em janeiro, Kassab sinalizou distanciamento do petista, ao dizer que o atual presidente perderia a eleição se o pleito fosse hoje.
Na Agrishow, o secretário estadual estadual disse que o PSD tem a pré-candidatura já colocada do governador paranaense Ratinho Junior, que em sua avaliação “tem condições de se apresentar para o Brasil inteiro” e torce para que o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (hoje no PSDB), se filie ao partido. Assim, ele passaria, segundo Kassab, “a ser também um importante [pré-]candidato”.
“Diante da posição do governador [Tarcísio] em continuar como governador, eu acho que existe uma tendência de o PSD, tem o governador Ratinho [Junior], tem agora que está chegando o Eduardo Leite, o MDB vai procurar ter o seu candidato, o PL o seu candidato, o [Romeu] Zema está se posicionando, [Ronaldo] Caiado se posicionando. Eu acredito que nós teremos no primeiro turno uma ampliação do número de candidatos não sendo o governador Tarcísio candidato”, disse.
No último sábado (26), Romeu Zema (Novo), governador de Minas Gerais, e Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, fizeram críticas ao MST e ao PT do presidente Lula durante a abertura da Expozebu, principal evento da pecuária brasileira, em Uberaba, no Triângulo Mineiro, e pregaram união no ano que vem.
No dia seguinte, os dois estiveram na abertura da Agrishow, feira que recebeu na segunda-feira Ratinho Junior e Helder Barbalho, governador do Pará pelo MDB.
Questionado na terça se as visitas dos governadores à principal feira do agro no país significa que a campanha do próximo ano já começou, Tarcísio disse que isso se deve ao “apreço pelo agronegócio”.
“Não tem nada a ver com campanha, significa que alguns governadores têm muito apreço pelo agronegócio e a gente está aqui manifestando esse apreço pelo agronegócio, a gente gosta de agronegócio e a gente sabe a importância e reconhece a importância do agronegócio”, disse Tarcísio.
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