SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um homem matou seis pessoas a tiros, incluindo sua namorada, em uma festa de aniversário na madrugada deste domingo (9) no estado americano do Colorado. Ele se suicidou em seguida.
A polícia de Colorado Springs (a cerca de 110 km da capital Denver) respondeu a uma chamada de emergência em um estacionamento de trailers, onde encontrou seis pessoas mortas e uma gravemente ferida, que foi levada ao hospital, mas não resistiu.
Segundo um comunicado do Departamento de Polícia, o suspeito, namorado de uma das vítimas, chegou dirigindo ao local e começou a atirar nas pessoas na festa. Nenhuma das crianças que estavam no local ficou ferida no ataque.
As identidades dos mortos não foram reveladas, e a polícia ainda investiga o que motivou o crime.
O tiroteio aconteceu na Canterbury Manufactured Home Community, um parque de trailers com cerca de 470 veículos e com grande parte de residentes latinos no lado sudeste da cidade. A polícia bloqueou a área.
Freddie Marquez, 33, disse que sua sogra foi uma das vítimas e que ele estava na festa, mas saiu antes do ataque.
Algum tempo depois da meia-noite, ele recebeu um telefonema do filho de uma das mulheres da festa, que chorava ao telefone. “Alguém entrou e atirou em todo mundo”, disse.
O prefeito de Colorado Springs, o republicano John Suthers, disse que esse “ato de violência sem sentido” chocou a comunidade e pediu orações pelas vítimas e suas famílias. O governador do estado, o democrata Jared Polis, afirmou que foi um ato “devastador”.
Este foi o terceiro tiroteio em massa em Colorado Springs desde outubro de 2015, incluindo um massacre durante o Halloween e um ataque a uma clínica de planejamento familiar.
Os EUA foram palco de uma série de tiroteios em massa nas últimas semanas, incluindo um ocorrido numa unidade da FedEx em Indianápolis, outro em escritórios na Califórnia, um terceiro em um supermercado em Boulder, também no Colorado, e outros três casas de massagem em Atlanta num mesmo dia.
Os recentes tiroteios reavivaram o debate sobre o controle de armas, e no mês passado o presidente Joe Biden anunciou uma série de medidas para conter o que chamou de “epidemia da violência” provocada pelas armas de fogo no país.
Entre as ações está um plano para prevenir a propagação das chamadas “armas fantasmas”, kits com peças e instruções que permitem ao comprador montar o próprio armamento “em menos de 30 minutos”, driblando, assim, a fiscalização.
O presidente também anunciou que vai aumentar as regulamentações para os “cintos estabilizadores”, dispositivos que servem de suporte para o braço e tornam os disparos mais precisos e, portanto, mais letais. O autor do ataque em Boulder, por exemplo, usava um desses equipamentos.
Biden anunciou que suas propostas são um ponto de partida e reforçou um pedido para que o Congresso aprove medidas mais abrangentes. Atualmente, dois projetos de lei aprovados pela Câmara, que prevêem a ampliação da checagem de antecedentes de quem compra armas pela internet e o aumento do prazo entre a venda e a entrega para até dez dias –o que daria mais tempo para analisar o histórico do comprador–, aguardam votação no Senado.
O aumento do controle de acessos a armas, no entanto, é barrado no Legislativo pelo Partido Republicano, que veem o direito de portar armamentos como um símbolo da liberdade que defendem.
Em 2020, houve mais de 43 mil mortes por armas de fogo nos EUA, de acordo com o Gun Violence Archive.
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