SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Nicolas Cage disse em entrevista à revista americana The New Yorker que tem medo do uso de inteligência artificial no cinema e na televisão e que espera que escaneamentos do seu rosto e do corpo, feitos recentemente para duas produções, não sejam usados após a sua morte.
“Eles me puseram num computador, verificaram se as cores dos olhos estavam corretas e aí mudaram… sei lá o quê”, disse ele em entrevista, ao comentar sobre dois projetos em que precisou criar versões digitais suas, uma série do Homem-Aranha Noir e um longa-metragem.
“Eles vão roubar meu corpo e fazer o que quiserem com ele a partir de inteligência artificial. Deus, eu espero que não. Eu tenho medo dessa tecnologia e tenho sido muito vocal em relação a isso. Me faz pensar onde a verdade dos artistas vai acabar”, continuou.
“Será substituída? Transformada? Metamorfoseada? Qual será o coração do ofício? Quero dizer, o que vocês farão com meu rosto e meu corpo quando eu morrer? Eu não quero que algo seja feito.”
O uso de inteligência artificial para recriar a aparência e a voz de atores, vivos ou mortos, vem gerando polêmica em Hollywood e foi um dos principais pontos discutidos na greve de atores e roteiristas encampada nos Estados Unidos no ano passado.
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