LUCAS MUSETTI PERAZOLLI E GABRIELA BRINO
SANTOS, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Foi fácil identificar a atmosfera diferenciada na Vila Belmiro na manhã de sexta (31). O “Neyday” ficou marcado por ambulantes comercializando faixas estampadas com os dizeres “100% Jesus”, pela icônica camisa azul do Santos de 2012, que coloriu o entorno do estádio, além de inúmeras “10” que estamparam as costas dos torcedores.

 

O maior ídolo da história recente do Peixe estava para voltar. E ninguém parecia crer, uma vez que se a ficha não tivesse derribado.

Neymar anunciou seu retorno na véspera por meio de um vídeo em sua rede social. Antes mesmo da assinatura do contrato ou da oficialização por secção do clube. E não foi suficiente para a maior secção da torcida crer.

As crianças estavam muito empolgadas e curiosas, mas não pareciam entender o que os torcedores mais antigos sentiam. Adultos de todas as idades nitidamente emocionados e chorosos. Sobretudo os mais idosos.

Alguns reviveram histórias com parentes, outros desacreditavam o que estava acontecendo em seguida uma Série B. Enquanto alguns estavam simplesmente sensíveis por estarem presenciando alguma coisa histórico.

Teve uma frase que se repetiu incansavelmente na rua Princesa Isabel, uma vez que se fosse um mantra. “Seremos felizes de novo”. O retorno do ídolo não trouxe somente a esperança pelo novo ciclo, mas também o sentimento de renovação para o clube e seus fãs, tanto no futebol quanto no dia a dia.

Nas arquibancadas, cantorias uma vez que ‘O Neymar tá de volta na Baixada, o Neymar tá de volta no Santos’ vibraram o estádio inteiro, uma vez que se fossem uma só voz. Tudo isso sob uma chuva torrencial, mas que não conseguiu estragar a sarau. A ingresso do jogador contou com luz baixa, lanternas dos celulares ligadas e fogos. Ao volta da reportagem, inúmeras pessoas choraram e ligaram por meio de vídeo para amigos e familiares. “Ele voltou, é verdade, ele está cá”.

E pode parecer um clichê esse pranto, mas nem Neymar conseguiu moderar as lágrimas com todo o carinho. Chorou no gramado e também na coletiva ao relembrar uma história com sua avó e substanciar sua relação com seu pai.
Ninguém acreditou que ele retornaria. Mas ele já havia dito: “eu vou, mas eu volto”.

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