‘Não é a conduta que a Polícia deve ter’, diz Tarcísio após morte de aluno de Medicina

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse nesta quinta-feira, 21, lamentar a morte do estudante de Medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos, baleado em abordagem policial dentro de um hotel na Vila Mariana, na zona sul de São Paulo. O governador também afirmou que abusos serão “severamente” punidos.

 

“Essa não é a conduta que a polícia do Estado de São Paulo deve ter com nenhum cidadão, sob nenhuma estado. A Polícia Militar é uma instituição de quase 200 anos, é a polícia mais preparada do País e está nas ruas para proteger. Abusos nunca vão ser tolerados e serão severamente punidos”, escreveu o governador no X, velho Twitter.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública informou que o “jovem golpeou uma viatura policial e tentou fugir”. O Estadão apurou que Marco Aurélio Acosta teria ajustado o retrovisor do viatura da PM.

Ainda de entendimento com a SSP, ao ser abordado, ele investiu contra os policiais e foi baleado. A pasta informou também que o caso é investigado e que os policiais envolvidos foram afastados.

O pai do estudante, o médico Júlio Cesar Acosta Navarro, de 59 anos, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), disse que ainda não sabe se irá judicializar o caso ou um pouco do tipo. Agora, o foco é sepultar o rebento de forma digna – alguns familiares estão vindo do Peru só para escoltar o enterro.

O enterro está previsto para a tarde desta sexta-feira, 22, na região do Morumbi, zona sul de São Paulo.

“Não tenho espírito, não tenho forças”, disse o professor, emocionado. “Supra de tudo, estamos buscando viver hora a hora.”

Quando viu o vídeo gravado pela câmera de segurança do hotel, Júlio disse que a família se revoltou. “Ele corre para evadir, tenta se proteger, batem nele e ainda por cima atiram nele”, disse. “Um caso em que um policial que deveria proteger (a sociedade) mata uma pessoa. Isso é malvadeza, é sadismo.”

O pai serpente responsabilização não só dos agentes que atenderam à ocorrência inicialmente. “É preciso responsabilizar desde os policiais até os agentes que depois não quiseram me dar informações para ajudar meu rebento em suas últimas chances. E depois seus superiores, porque agora ninguém nos dá a rostro, ninguém nos dá um consolo”, disse Júlio.

Prestes a ingressar no 6.º ano de Medicina da Universidade Anhembi Morumbi, Marco Aurélio seria o quinto médico da família. Ele morava com os pais e os dois irmãos em uma moradia na Vila Mariana, a poucas quadras de onde o caso ocorreu.

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