Você já deve ter lido ou ouvido falar sobre o uso da musicoterapia no tratamento de pacientes hospitalizados. Mas, afinal, o que é, como ela funciona, como a música atua sobre o cérebro e quais os benefícios da técnica?
O que é musicoterapia?
Segundo a Federação Mundial de Musicoterapia (World Federation of Music Therapy), a musicoterapia é definida como:
[…] é a utilização da música e/ou seus elementos (som, ritmo, melodia e harmonia) por um musicoterapeuta qualificado, com um cliente ou grupo, num processo para facilitar e promover a comunicação, relação, aprendizagem, mobilização, expressão, organização e outros objetivos terapêuticos relevantes, no sentido de alcançar necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas.
Basicamente, musicoterapia é uma técnica que utiliza a música para ajudar a recuperar pacientes.
Como funciona
Em geral, o paciente pode apenas escutar o musicoterapeuta ou participar ativamente da sessão. A musicoterapia pode, ainda, ser feita em grupo, onde mais de uma pessoa toca algum instrumento e participa da execução da canção.
Como a música atua sobre o cérebro
A música ativa várias regiões do cérebro, dentre elas o hipocampo, responsável pela memória. Por isso, a música é tão utilizada no tratamento de pacientes com doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer.
Lembra da bailarina Marta C. González, que ao ouvir a música Lago dos Cisnes, de Tchaikovsky, relembrou a coreografia que fazia quando estava nos palcos? Incrível!
Outra área que chama a nossa atenção é a amígdala, constituída por um grupo de neurônios que regula as respostas emocionais. Um caso que talvez evidencie a atuação da música nessa região do cérebro é o do Jefferson, um jovem que perdeu os movimentos após sofrer um ataque homofóbico e que sorriu ao ouvir uma música da cantora Katy Perry.
Jefferson Feijó da Cruz sempre foi fã da @katyperry e antes de ele ser espacando a pauladas, estuprado e apedrejado aos 22 anos, em 7 de dezembro de 2018, por #hofomobia, ele amava ouvir e dançar as músicas da sua musa.
Ontem sua mãe colocou a música da @katyperry olha reação pic.twitter.com/pJXQK3eN6a— Robhério Limma (@robherio_limma) June 29, 2020
Outro exemplo notável, semelhante ao do Jefferson, é o de um rapaz chamado Lucas, que saiu de um coma estimulado pela música ‘Hear me Now’, do DJ Alok. Me lembro também de um projeto que utiliza a música para confortar pacientes de hospitais do Rio de Janeiro, transmitindo mensagens de amor, paz, esperança, união e alegria.
Já um projeto no interior de São Paulo usa a música para amenizar o sofrimento de pessoas que vivem em situação de rua.
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Uma publicação compartilhada por Bem da Madrugada- Birigui (@bemdamadrugadabirigui)
Mais recentemente, conhecemos o lindo trabalho de uma musicista francesa que realiza pequenos concertos com seu violoncelo para pacientes terminais ou que estão passando por um momento de grande sofrimento, físico e psicológico.
Há anos, Claire visita o hospital Sainte-Perine, em Paris, semanalmente. Seus compositores favoritos são Franz Schubert e Johann Sebastian Bach, mas ela também incluiu Mozart, Brahms, Maghreb e muitos outros grandes nomes da música clássica em seu repertório, dependendo da escolha dos pacientes.
Jean-Marie Gomas, coordenador do Centro de Dor Crônica e Cuidados Paliativos, afirma: “Quando os pacientes a veem entrar, eles relaxam. Eles pedem que ela toque Schubert ou Mozart e ela os executa perfeitamente. Sua música agora é uma arte com funções terapêuticas.”
Benefícios da musicoterapia
Além das vantagens acima citadas, os usos da técnica com maior número de evidências científicas são:
Hipertensão: se o ritmo da música for mais lento, a tendência é a pressão cair, já que o coração tende a acompanhar as batidas das músicas.
Parkinson: percussões bem demarcadas ajudam no tremor e na marcha.
Autismo: brincadeiras com instrumentos contribuem para a socialização.
AVC: as letras e composições ajudam a relembrar palavras esquecidas.
Dor: pacientes que escutam música após algum procedimento cirúrgico consomem menos analgésicos.
Aprendizado: músicas e paródias ajudam a memorizar conteúdos difíceis de assimilar.
Outros estudos comprovaram que a musicoterapia ajuda a aliviar a depressão em crianças e adolescentes.
Diz aí, você conhecia todos esses benefícios da musicoterapia? Conte pra gente também caso você tenha se recuperado de alguma doença com o auxílio da técnica 😉
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Fonte: Veja Saúde e Minuto Saudável| Foto de capa: Via
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