A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou nesta segunda-feira, 28, que a varíola dos macacos seja tratada apenas como “mpox” e que substitua “monkeypox”, usado em inglês desde meados deste ano, quando a doença se espalhou pelo mundo. A organização diz ter consultado várias autoridades sanitárias, estatísticas, científicas e governamentais de 45 países antes de tomar a decisão.
“Quando o surto de monkeypox se expandiu no início deste ano, uma linguagem racista e estigmatizante online, em outras configurações e em algumas comunidades foi observada e relatada à OMS. Em vários encontros, públicos e privados, uma porção de indivíduos e países se mostraram preocupados e pediram que a OMS propusesse uma forma de prosseguir com a mudança do nome”, disse a organização, em comunicado oficial.
A recomendação pelo uso do termo mpox foi decidida após a OMS ter considerado a “adequação científica e racional, extensão do uso atual, pronunciabilidade, uso em diferentes idiomas, ausência de referências geográficas ou zoológicas e a facilidade de recuperação da informação científica e histórica”.
A organização ainda frisou que o termo “monkeypox” continuará sendo usado e reconhecido ao longo de mais um ano, até “terminar gradativamente”, e ainda será encontrado na CID, a Classificação Internacional de Doenças. “Geralmente, o processo de atualização da CID pode levar vários anos. Neste caso, o processo foi acelerado, apesar de ter seguido os passos padrões.”
“A OMS vai adotar o termo mpox em suas comunicações e encoraja os demais a seguirem essas recomendações para minimizar qualquer impacto negativo contínuo do nome atual”, completou. Desde o primeiro semestre deste ano, quando começou a se espalhar pela Europa e chegou à América, cientistas, profissionais da saúde e autoridades têm alertado para o perigo de estigma na associação da doença aos macacos.
O termo monkeypox, traduzido para o português como “varíola dos macacos”, é utilizado na verdade porque os primatas foram os primeiros animais nos quais o vírus foi identificado. Apesar do nome, eles não são responsáveis pela transmissão ao ser humano, que foi rastreada apenas aos roedores e, principalmente no atual surto, no contato próximo com outra pessoa infectada.
As recomendações da OMS para o novo tratamento da mpox são as seguintes:
Adoção do novo sinônimo “mpox” para se referir à doença em inglês;
Mpox vai se tornar o termo preferencial, substituindo “monkeypox”, após um período de transição de um ano. Isso serve para mitigar as preocupações levantadas por especialistas sobre a confusão causada pela mudança de nome em meio a um surto global;
O termo “mpox” será incluído na versão online do CID-10 durante os próximos dias e entrará na versão oficial do CID-11, lançado no próximo ano;
“Monkeypox” ainda será um termo rastreável no CID, para se alinhar à informação histórica.
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