O Ministério Público de São Paulo cobriu da Uber relatório completo de denúncias registradas em sua plataforma sobre motoristas, em próprio acusações de crimes sexuais contra crianças, adolescentes, mulheres e idosos. A Promotoria quer fazer um raio-x completo dos registros, com informações sobre locais, horários e providências adotadas pela plataforma diante de os relatos.
O Estadão pediu revelação da Uber. O espaço está acessível.
As informações foram requeridas no bojo do sindicância instaurado pela Promotoria em setembro para investigar a responsabilidade da Uber diante de episódios de assédio sexual, estupros e outras condutas que estariam sendo praticadas por motoristas.
Quando a apuração foi ocasião, Marcelo Orlando Mendes, 2º promotor de Justiça do Consumidor de São Paulo requereu o relatório à Uber – a empresa 99 Táxi também é meta de investigação de mesmo texto.
No entanto, a Uber apresentou ao Ministério Público exclusivamente uma revelação, sem prestar todas as informações que devem permitir ao órgão examinar a responsabilidade da empresa sobre os casos de assédio, assim porquê eventual urgência na adequação da conduta da plataforma.
Na resposta ao MP, a empresa abordou seu protótipo de negócio de intermediação entre o motorista parceiro e o consumidor; parcerias mantidas com profissionais da espaço de segurança pública e da sociedade social; mecanismos de segurança adotados antes, durante e depois as viagens; iniciativas e projetos com foco no enfrentamento à violência de gênero; checagem de verdade das informações prestadas por motoristas parceiros; e verificação de segurança realizada por empresa terceirizada.
Na última terça-feira, 15, a Promotoria voltou a questionar a Uber cobrando da empresa a remessa de dados para prosseguir com o sindicância.
A Uber também terá de apresentar esclarecimentos sobre
critérios adotados para recepção de ‘motoristas parceiros’, com a indicação de quais crimes são considerados impeditivos para cadastro, considerando a checagem de antecedentes criminais. Ainda, se são disponibilizadas, às vítimas ou investigadores, as gravações de áudio e vídeo das corridas em que foram denunciados os casos de assédio.
A Promotoria quer saber se as gravações de vídeos e áudios estão disponíveis a toda a frota que presta serviços à Uber. Caso a resposta seja negativa, a plataforma deverá indicar o porcentual em que a funcionalidade é disponibilizada, detalhando os critérios para a gravação e indicando a forma de tratamento e compartilhamento dos dados.
O promotor Mendes deu “prazo último” de dez dias para que a plataforma responda à cobrança.
Orifício do sindicância
Quando o sindicância sobre a Uber foi acessível, o Ministério Público apontou que, apesar dos mecanismos adotados pela plataforma para coibir as práticas de crimes sexuais, “não foi obtido o objetivo de evitar referidas ocorrências”.
Segundo a Promotoria, se restar verificada a urgência de adequação das condutas, caberá à empresa a implementação de instrumentos suficientes para confirmar a segurança dos consumidores, sobretudo mulheres, crianças e adolescentes e idosos.
O Ministério Público frisou que, ao praticar atividade de intermediação entre o motorista e o usuário, recai sobre as plataformas de transporte a responsabilidade pelos danos causados durante a prestação de serviço.
“Não se trata de facto só, mas sim de práticas reiteradas, perpetradas por motoristas cadastrados nas plataformas de aplicativos de viagem, – neste caso, na plataforma da Uber, veste leste que demonstra, por si só, a falta na prestação de serviço”, registrou Mendes ao perfurar o sindicância.
COM A PALAVRA, A UBER
A reportagem do Estadão pediu revelação da Uber. O espaço está acessível