Morreu neste sábado Jorge Nuno Pinto da Costa. O ex-presidente do FC Porto tinha 87 anos e não resistiu a uma longa guerra contra um cancro de próstata. A informação foi divulgada pela CNN Portugal e confirmada à dependência Lusa por fontes da família.
Pinto da Costa foi o dirigente mais vitorioso da história do futebol mundial e o presidente que mais tempo permaneceu no comando de um clube de futebol, liderando o FC Porto por 42 anos.
Ele foi diagnosticado com cancro de próstata em setembro de 2021 e teve uma piora no estado de saúde nas últimas semanas, menos de um ano em seguida ser derrotado por André Villas-Boas, ex-treinador da equipe e atual 34º presidente do clube, na eleição mais concorrida da história dos dragões, realizada em 27 de abril.
Pinto da Costa assumiu a presidência do FC Porto pela primeira vez em 23 de abril de 1982, seis dias em seguida ser eleito sem oposição uma vez que sucessor de Américo de Sá. Durante seus 42 anos e 15 mandatos consecutivos, levou o clube à conquista de 2.591 títulos em 21 modalidades – sendo 69 no futebol masculino profissional, incluindo sete internacionais.
Sob sua gestão, o FC Porto mais do que quintuplicou seu número de troféus e se tornou o clube mais laureado de Portugal, passando de 15 para os atuais 86 títulos, entre eles: 23 Campeonatos Portugueses, 16 Taças de Portugal, 22 Supertaças Cândido de Oliveira e uma Taça da Liga. No cenário internacional, o clube conquistou uma Taça dos Campeões Europeus (1986/87), uma Liga dos Campeões (2003/04), uma Taça UEFA (2002/03), uma Liga Europa (2010/11), uma Supercopa Europeia (1987) e duas Taças Intercontinentais (1987 e 2004).
Nascido em 28 de dezembro de 1937, em Cedofeita, Porto, Jorge Nuno de Lima Pinto da Costa começou sua trajetória no clube em 1958, atuando nas seções de hóquei em patins, hóquei em campo e boxe. Mais tarde, assumiu a liderança das modalidades amadoras e do departamento de futebol, até 1980.
Nas quatro décadas seguintes, revolucionou o clube com conquistas esportivas, modernização estrutural e prolongamento econômico, mas também enfrentou polêmicas, uma vez que seu envolvimento no caso judicial Assobio Dourado, que investigou supostos casos de depravação no futebol português, tráfico de influência e filtração sobre árbitros.
Pinto da Costa deixou a presidência do FC Porto em 7 de maio, despedindo-se oficialmente da governo do futebol profissional azul e branco 21 dias depois, em seguida a expressiva itinerário eleitoral para André Villas-Boas. Ele somou 5.224 votos (19,52%), contra 21.489 (80,28%) do ex-treinador e 53 (0,2%) do empresário e professor Nuno Lobo, que já havia sido derrotado em 2020, em uma eleição recorde com 26.876 votantes.
Encerrando um reinado de 15.355 dias, Pinto da Costa afastou-se definitivamente do futebol, mas manteve sua popularidade nas poucas aparições públicas em seguida as eleições. Uma delas aconteceu em 27 de outubro, quando lançou seu livro Azul até ao termo diante de quase milénio pessoas na Alfândega do Porto.
Em sua quinta obra publicada, ele reuniu textos diários escritos desde 8 de setembro de 2021, data em que soube do diagnóstico de cancro de próstata.
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