NICOLA PAMPLONA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Morreu nesta quarta-feira (4) o economista Benedicto Fonseca Moreira, 91, que foi presidente da Petrobras no governo Fernando Collor e ocupou importantes posições na área de comércio exterior tanto no governo quanto na iniciativa privada.
Moreira morreu em casa, no Rio de Janeiro, de causas naturais, segundo a AEB (Associação Brasileira de Comércio Exterior), entidade que ele presidiu entre 1998 e 2012. Ele tinha perdido a esposa no início do ano e não deixa filhos.
“A AEB lamenta e se solidariza com seus familiares por esta irreparável perda e ratifica a certeza de que o nome de Benedicto Fonseca Moreira estará assegurado na história de luta para se alcançar um comércio exterior brasileiro sustentável”, disse, em nota, o atual presidente da AEB, José Augusto de Castro.
Em sua carreira na administração pública, Moreira foi diretor da Carteira de Comércio Exterior, secretário-geral da Comissão de Comércio Exterior, do Ministério da Indústria e do Comércio, e secretário-geral do Conselho Nacional do Comércio Exterior.
Integrou ainda o Conselho de Política Aduaneira e o Conselho Monetário Nacional. No setor privado, atuou em empresas de comércio exterior e fundou a Paiol Agropecuária. Participou também de conselhos de administração de várias empresas, entre elas a Perdigão.
“O comércio exterior brasileiro perde um dos seus mais importantes ícones, cuja trajetória de vida foi dedicada à defesa de um projeto nacional de comércio exterior desenhado para o desenvolvimento econômico-social e indutor do aumento da produção, da produtividade, da capacitação competitiva e da geração de emprego e renda para o país”, disse a AEB.
Durante sua curta passagem pela Petrobras, entre maio e novembro de 1992, deu início à implantação de um sistema de distribuição de gás canalizado em sociedade com governos estaduais, de acordo com o Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC), da FGV.
Os primeiros estados a abrirem distribuidoras em parceria com a Petrobras foram Ceará e Pernambuco. Na semana passada, a estatal anunciou a venda à Compass, do grupo Cosan, da subsidiária que tinha fatia nas concessionárias estaduais, a Gaspetro.
Restrita à família, a cerimônia de sepultamento foi realizada na quarta, no Rio.
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