SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Em meio à guerra na Ucrânia, os membros de uma instituição de caridade dedicada à preservação da vida selvagem tomaram a decisão de deixar o país, mas sem abandonar os animais resgatados, entre eles, cerca de 100 morcegos.
A Bats Ukraine é conhecida como a maior organização de proteção de morcegos no leste europeu. Estima-se que sua equipe já resgatou 93 animais que estavam sob seus cuidados antes do início da invasão do exército russo ao território ucrâniano, no fim de fevereiro.
Depois que o bombardeio atingiu grande parte da cidade de Kharkiv, no nordeste do país, onde a instituição está localizada, os funcionários se viram obrigados a fugir às pressas.
Contudo, para garantir que os morcegos sobrevivessem ao deslocamento, eles os colocaram dentro de alguns refrigeradores, de modo que os animais tivessem conforto, segurança e estabilidade térmica para ficarem num estado semelhante ao da hibernação.
Alguns destes eletrodomésticos foram doados à ONG para facilitar a retirada dos morcegos do país.
O método inusitado foi uma solução rápida dos funcionários diante do avanço russo sobre o território. Em um vídeo feito pela equipe, os morcegos são vistos bem acomodados dentro de um dos refrigerados e aglomerados enquanto dormem. Ao mesmo tempo que continuam recebendo os cuidados veterinários durante a fuga.
A gravação circulou pelas redes sociais e a iniciativa foi aplaudida por muitos internautas. No entanto, muitos questionaram a facilidade de retirar animais da Ucrânia, enquanto grupos humanos minoritários são discriminados e impedidos de deixar o país em meio ao fogo cruzado.
“Eles estão protegendo os morcegos. Mas também vimos vários vídeos de pessoas negras tentando fugir por segurança e sendo bloqueados à força sob a mira de uma arma”, lamentou um usuário do Instagram.
Por outro lado, diante de várias indignações com os desiguais esforços de resgate dos civis, outro internauta comentou: “Para todos os críticos, minha pergunta é, e o que você está fazendo por eles? É muito fácil criticar aqueles que estão sofrendo com uma guerra de um lugar confortável”.
Mais de 1,5 milhão de pessoas deixaram o território ucraniano desde o início do conflito. Desse total, dois terços -cerca de 1 milhão- foram para a Polônia.
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