(FOLHAPRESS) – Sob poderoso calor, que ultrapassa 30°C, moradores da zona sul de São Paulo reclamam de falta d’chuva. A situação teria começado no início de janeiro e piorado nas últimas semanas.

 

No Grajaú, o programador Gabriel Freitas, 23, diz que o provisão é encerrado diariamente às 16h. Sempre houve esse problema, relata, mas, até o ano pretérito, começava mais tarde, por volta das 18h.
“A gente fica dependente da caixa d’chuva, diz. “É uma tristeza.”

A Sabesp (Companhia de Saneamento Fundamental do Estado de São Paulo) informa estar cônscio da situação e trabalhando para resolvê-la nas próximas semanas. Em entrevista à Folha de S.Paulo, Samanta Souza, diretora de relações institucionais e sustentabilidade da empresa, explicou o que justificação o galanteio de provisão.

Segundo ela, o desenvolvimento populacional na zona sul sobrecarrega a tubulação que retira a chuva da represa de Guarapiranga -reservatório responsável pela região sul- e distribui para as casas. “Se um duto foi projetado para atender milénio residências, ele vai ter problemas quando a demanda cresce muito”, diz.

Isso, afirma, piora quando o clima é quente e sedento. Nessas condições, a população tende a aumentar o consumo, forçando ainda mais a encanamento.

“Não é um problema do nível de chuva na represa. É de infraestrutura”, afirma Souza, que detalhou os projetos da Sabesp para lutar o problema. A companhia está investindo R$ 55 milhões em obras e coloca em operação até março três novas estações de tratamento, um reservatório e uma novidade mediano de bombeamento para levar mais chuva para os moradores da capital e da Grande São Paulo.

A ação deve beneficiar imediatamente bairros da zona sul paulistana

A empresa também pretende diminuir a demanda sobre a represa de Guarapiranga, dividindo o provisão de algumas áreas com os sistemas Cantareira e São Lourenço. Isso deve ocorrer até 2027. “Nos últimos anos, o investimento da Sabesp não acompanhou o desenvolvimento da cidade. Agora, todos os problemas estão explicitados”, diz Samanta Souza.

Bairro vizinho ao Grajaú, o Jardim Malia 2 enfrenta a mesma situação de falta d’chuva. O gerente Kaio Guimarães, 25, afirma que sua moradia começou a permanecer sem bombeamento com recorrência nas últimas semanas. Diferentemente da situação de Gabriel, não tem hora para a seca estrear.

Cidades da região metropolitana de São Paulo também registram desabastecimento. São os casos de Itapecerica da Serra, Embu das Artes e Taboão da Serra, que fazem fronteira entre si e com a região sul da capital -sendo também abastecidas pela represa de Guarapiranga.

A Sabesp enviou 18 caminhões-pipa para as localidades afetadas. Os equipamentos abastecem principalmente escolas e centros de saúde.

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