Missão da Nasa vai estudar habitabilidade de lua de Júpiter

SALVADOR NOGUEIRA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Nasa espera lançar nesta segunda-feira (14) sua missão robótica interplanetária mais importante desde a partida do rover marciano Perseverance, em 2020. A missão Europa Clipper terá por objetivo estabelecer o potencial da habitabilidade da mais famosa e intrigante das luas de Júpiter, Europa.

 

Tratada uma vez que uma das missões capitânias da escritório espacial americana, ela saiu ao dispêndio de US$ 5,2 bilhões -cara até mesmo para os padrões desse tipo de missão (o Perseverance, por exemplo, saiu por US$ 2,75 bilhões).

Secção do preço proeminente tem a ver com a subida complicação do projeto; outra secção tem a ver com a duração da missão.

A ser lançada agora por um foguete Falcon Heavy, da SpaceX, a partir do Meio Espacial Kennedy, na Flórida, ela só chegará às imediações de Júpiter em abril de 2030. Durante o caminho, a nave usará sobrevoos de Marte (em fevereiro de 2025) e da Terreno (em dezembro de 2026), para se colocar na velocidade e na trajetória certa para se inserir em trajectória de Júpiter e iniciar uma missão que prevê pelo menos 49 sobrevoos próximos de Europa.

A Clipper deve se tornar a terceira espaçonave da história a entrar em trajectória de Júpiter, depois da Galileo (1995) e da Juno (2016), ambas da Nasa. A europeia Juice foi lançada antes (2023), mas fará sua inserção orbital depois (2031), tornando-se assim a quarta orbitadora joviana.

Com seus painéis solares de 22 metros, a sonda de seis toneladas (incluindo combustível embarcado) gerará 600 watts para a operação de seus nove instrumentos, mesmo estando cinco vezes mais distante do Sol que a Terreno. A teoria é usar suas câmeras, espectrômetros, radar e sistema de rádio para fazer um esquadrinhamento detalhado de Europa, inclusive investigando a forma do oceano de chuva líquida que se esconde sob a crosta de gelo da lua.

Invenção por Galileu Galilei em 1610, ela tem murado de 3.120 km de diâmetro, um pouco menos que a Lua terrestre (3.475 km). Mas a revelação mais bombástica a saudação dela veio com a missão que homenageou o famoso astrônomo italiano, a Galileo, que indicou a presença do oceano interno, possivelmente em contato com um leito rochoso com fontes hidrotermais.

Na Terreno, essas parecem ter sido as circunstâncias que levaram ao surgimento da vida. Se um tanto similar pode ter realizado em Europa, não se sabe, mas a teoria de formas de vida europanas já é consagrada na ficção científica ao menos desde o livro “2010: Uma Odisseia no Espaço 2”, de Arthur C. Clarke, de 1982 (e transformado em filme em 1984). A Europa Clipper, mas, estará mais concentrada em fatos do que em ficção.

A iniciativa não tem o objetivo proferido de encontrar vida europana, porém tentará caracterizar de forma detalhada o oceano subsuperficial e seu teor, confirmando sua habitabilidade. Uma das perspectivas mais animadoras é o estudo de plumas de chuva que possam ser ejetadas por fissuras na crosta de gelo, sendo expostas ao espaço. A Clipper tentará sobrevoá-las, a exemplo do que fez a sonda Cassini com a lua gelada Encélado, de Saturno, entre 2005 e 2015 -outro potencial envolvente habitável (ao menos para micro-organismos) no Sistema Solar.

A tarefa da Clipper, mas, é mais desafiadora. O envolvente nos periferia de Europa é banhado por um intenso cinturão de radiação gerado pelo campo magnético de Júpiter, o que obrigou a Nasa a adotar uma estratégia de “aproxima e corre”, com rápidos sobrevoos sequenciais, durante voltas em torno de Júpiter, em vez de uma paragem em trajectória da lua.

O esforço exigiu que a espaçonave fosse projetada com reforços em titânio e alumínio para proteger a eletrônica contra a radiação. E mesmo assim não faltará emoção. Na tempo final de preparação para o lançamento, foi revelado que transistores similares aos embarcados, feitos para resistir ao envolvente hostil do entorno de Europa, estavam falhando em condições de radiação menos severas.

Durante quatro meses, a Nasa realizou testes exaustivos desses componentes e de seu funcionamento em conjunto. Caso fosse preciso trocá-los, a missão teria de ser adiada. Mas, no primórdio de setembro, a escritório comunicou que tinha margem de segurança em todos os circuitos envolvidos para satisfazer a missão com sucesso. Manteve-se assim o cronograma de lançamento e a expectativa de que a nave possa operar durante murado de quatro anos em trajectória de Júpiter, uma vez que previsto.

Com isso, o lançamento pode ocorrer a partir desta segunda (14), mas com alguma margem de segurança, numa janela que se estende até o início de novembro.